- Investimentos
- Ações
- Em destaque: Atlas Copco, Eni, General Electric, Philips, PostNL
Em destaque: Atlas Copco, Eni, General Electric, Philips, PostNL
Há 3 meses - 27 de janeiro de 2022Atlas Copco
A administração do grupo sueco recusa-se a ser mais clara nas suas estimativas de resultados para 2022, o que desilude os investidores. Por conseguinte, será necessário ficar satisfeito com declarações vagas que apontam para um nível de atividade nos próximos meses idêntico ao do final de 2021.
O suficiente para ser prudente depois de um quarto trimestre ligeiramente abaixo das expectativas. Neste último, a estimativa de encomendas ascendia a 32,54 mil milhões de coroas suecas, tendo o grupo registado 33,52 mil milhões.
O facto de o ritmo das encomendas ter abrandado no quarto trimestre não surpreende, uma vez que o crescimento da economia continuará a desacelerar nos próximos meses.
O lucro de 4,88 mil milhões de coroa suecas também está ligeiramente abaixo das expectativas. A rentabilidade pode ser penalizada pelo aumento dos custos de abastecimento e energia.
No entanto, a Atlas Copco continua bem posicionada em mercados promissores como compressores e máquinas de vácuo para continuar a crescer. Um sólido balanço permite ainda reforçar a sua cobertura geográfica através de aquisições efetuadas a preços razoáveis.
A cotação caiu 17% face aos recentes máximos. Os receios sobre o dinamismo da economia mundial explicam esta queda. A curto prazo, a evolução da cotação dependerá da situação económica mas a Atlas Copco tem trunfos para superar este momento mais delicado. Comprar.
Eni
General Electric
A GE continua incapaz de tranquilizar os acionistas: fraco volume de negócios no quarto trimestre (-3%) e perspetivas de lucros dececionantes para 2022.
Certo é que, apesar de uma forte perda líquida em 2021 (6,16 dólares por ação) fruto da reestruturação, a administração conseguiu gerar o máximo da liquidez das suas operações para controlar uma dívida ainda substancial, embora bastante reduzida nos últimos três anos.
Porém a atividade industrial da GE continua a ser demasiado débil. No quarto trimestre, caíram as receitas nos cuidados de saúde ( 4%) e na energia (-6% nas renováveis e -13% nas turbinas) e houve também pressão nas margens.
Embora reiterando o seu relativo otimismo quanto à recuperação da atividade aeronáutica em 2022 (maior receita no quarto trimestre), a administração apenas insinuou um lucro por ação de 3 dólares para o ano em curso, menos do que o esperado, devido, a problemas na cadeia de abastecimento e a inflação.
Dificuldades suscetíveis de dificultar mais os esforços da GE para compensar atrasos face à concorrência. O suficiente para pesar sobre as avaliações das atividades quando forem separadas e cotadas em bolsa: 2023 para a saúde e 2024 para a energia.
A GE está a passar por mais dificuldades do que o esperado para redinamizar a atividade. Um saldo incerto antes da divisão gradual do grupo em três entidades. As ações perderam cerca de 15% desde o nosso conselho de venda em novembro e ainda não estão interessantes. Vender.
Philips
A gigante holandesa de tecnologia de saúde Philips fez uma nova provisão de 220 milhões de euros (0,24 euros por ação) para lidar com a recolha de milhões de aparelhos respiratórios defeituosos e potencialmente perigosos para os utilizadores.
Acrescem aos 500 milhões de euros já provisionados, mas insuficientes para o novo número de equipamentos afetados (5,2 milhões contra 4 milhões anteriormente previstos).
Além destes custos, existem também problemas de abastecimento devido à escassez de componentes eletrónicos, acentuada pela tensões na capacidade de transporte internacional.
E os hospitais, atualmente mais ocupados com os muitos casos de covid, estão a adiar a instalação de equipamentos. Os números voltaram a desiludir no quarto trimestre, com as vendas a caírem 10% (base comparável).
Para 2022, vira e o disco e toca o mesmo: problemas de fornecimento e recolha de ventiladores continuarão a pesar sobre os resultados. No entanto, a Philips espera uma recuperação das vendas na segunda metade do ano. Revemos em baixa as nossas estimativas de lucros por ação de 1,6 para 1,4 euros em 2022 e de 1,9 para 1,7 euros em 2023.
Os problemas da Philips subsistem e a fatura final da recolha de produtos ainda é desconhecida. A única nota positiva é que as encomendas permanecem preenchidas. Não é o suficiente para mudar o nosso conselho. Vender.
PostNL
De acordo com os resultados preliminares de 2021, o grupo postal holandês atingiu um lucro operacional de 308 milhões de euros, no topo do intervalo estimado de 280 a 310 milhões de euros. É um aumento de 26% face a 2020.
Excluindo o impacto não recorrente relacionado com a covid-19 (80 milhões em 2021), o lucro operacional foi de 228 milhões de euros, contra 190 em 2020 e 135 em 2019. Como se esperava, este desempenho é atribuível ao negócio das encomendas, cujos volumes aumentaram no ano passado 14% para 384 milhões de unidades e as receitas 15% para 2,4 mil milhões de euros (68% do total).
Embora o bom desempenho da atividade deva ser confirmado em 2022, a PostNL espera apenas um lucro operacional próximo do registado em 2021, ou seja, 228 milhões de euros.
Esta previsão, ligeiramente inferior às nossas expectativas, é justificada pelas pressões inflacionistas sobre os custos (incluindo energia e transportes) e os custos de arranque de novos centros de triagem.Reduzimos as nossas estimativas de lucros por ação: 0,35 euros em 2022 (antes 0,40) e 0,40 euros em 2023 (antes 0,42).
Os resultados preliminares para 2021 revelam um excelente balanço operacional e confirmam a capacidade da PostNL para gerir a “corrida” no fim do ano. Apesar da perspetiva um tanto dececionante para 2022, as ações continuam muito atrativas graças, em particular, a um dividendo generoso. Comprar.
O conteúdo deste artigo pode ser reproduzido para fins não-comerciais com o consentimento expresso da DECO PROTESTE, com indicação da fonte e ligação para esta página. Ver Termos e Condições.