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Em destaque: BASF, Carrefour, Société Générale, Tesla, Zurich Insurance
Há 4 meses - 11 de janeiro de 2022BASF
A gigante química alemã BASF lançou um plano de compra de ações próprias de 3 mil milhões de euros, ou seja, 5% da capitalização bolsista, e que ocorrerá ao longo de 2022 e 2023. O último plano foi em 2008 e o início da crise financeira. Esta compra não põe em causa a política de crescimento do dividendo.
Este último foi mantido em 2020 em 3,3 euros por ação devido à pandemia, mas a BASF beneficiou da recuperação dos seus mercados em 2021. Além do aumento dos volumes, o grupo lucrou bastante com o aumento dos preços dos seus produtos graças ao sobreaquecimento económico global.
A receita da BASF aumentou 36% nos primeiros nove meses de 2021 e o lucro operacional em 167% (excluindo itens não recorrentes). Em 2022, o cenário não deve ser tão favorável.
O atual exercício também marcará a aceleração da BASF nas baterias elétricas (e na sua reciclagem), uma área em que vai investir fortemente nos próximos anos à medida que os veículos elétricos ganham terreno aos de combustão interna. Ao mesmo tempo, a BASF está a sair dos catalisadores para motores de combustão.
Após um 2021 recorde, esperamos que 2022 seja menos favorável. Estimamos lucros por ação de 6 euros em 2021 e 5,8 euros em 2022. A cotação, que caiu em 2021, já reflete essa perspetiva. Mantemo-nos neutros no título. Manter.
Carrefour
A cadeia francesa de supermercados Auchan volta a equacionar uma oferta de compra do Carrefour, depois de ter sido abandonada no outono. Nessa altura, a Auchan oferecia 21,5 euros por ação do Carrefour (70% em dinheiro e o restante em ações da Auchan).
Agora, a Auchan também receberia o apoio de um ou mais grandes investidores não especificados e/ou bancos. Desta vez fala-se também de uma oferta mais elevada de 23,50 euros por ação e inteiramente em dinheiro.
Juntos, o Carrefour e a Auchan tornar-se-iam o maior grupo de supermercados em França (quota de mercado de ±30%). Mas o sucesso de uma nova tentativa de aproximação permanece incerto.
A aquisição precisa da bênção dos dois acionistas de referência da Carrefour. Além disso, a operação é politicamente sensível em França no período que antecede as eleições presidenciais e depende da aprovação das autoridades francesas e europeias de concorrência.
O facto de subsistirem dúvidas é ilustrado pela cotação do Carrefour, que subiu para um máximo de três anos, mas ainda está muito abaixo do hipotético preço da oferta. Os mais prudentes devem aproveitar para vender as ações do Carrefour e reinvestir na Ahold Delhaize que oferece melhores perspetivas. Os restantes, por enquanto, podem manter.
Société Générale
O banco francês conclui a venda da Lyxor, a sua subsidiária de gestão de ativos (sobretudo de ETF) por 815 milhões de euros.
O banco quer focar-se nos negócios de private banking e certas áreas da banca de investimento.
A próxima aquisição da ALD, a sua subsidiária de leasing automóvel, da concorrente LeasePlan também contribui para esta reorientação.
De acordo com o grupo, a transação terá um impacto positivo nos resultados do grupo a partir de 2024. Manter.
Tesla
Apesar das dificuldades de fornecimentos que afetam o setor automóvel, a Tesla surpreendeu positivamente ao registar um novo recorde de vendas. No quarto trimestre de 2021, entregou 308 mil veículos elétricos, +71% em comparação com o mesmo período de 2020.
A Tesla vendeu quase 936 mil veículos em 2021 (+87%). Um desempenho notável dado a maior concorrência no mercado dos elétricos. Confirma a liderança da Tesla neste segmento em expansão e a sua capacidade de aumentar rapidamente a produção e gerar uma rentabilidade próxima das melhores do seu setor.
O fundador, Elon Musk, aproveitou a subida acentuada da cotação para vender parte da sua participação nos últimos meses. Revemos em alta as nossas previsões de lucros, mas a ação continua sobrevalorizada. Vender.
Zurich Insurance
A seguradora procura melhorar o potencial de crescimento, alienando uma grande carteira de seguros de vida num futuro próximo, um produto de investimento que se tornou menos rentável para a seguradora.
A transação também reforçará a já elevada solidez do grupo. As ações estão a beneficiar da subida das yields das obrigações. Manter.
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