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Em destaque: Aegon, Berkshire, Sanofi, UBS, VF Corporation
Há um ano - 16 de dezembro de 2021Aegon
Os resultados da seguradora Aegon no terceiro trimestre não foram suficientes para relançar o interesse dos investidores pela ação. Durante este período, o grupo registou novamente prejuízos (-0,04 euros por ação), na sequência de mais um ajustamento contabilístico.
A nível operacional, os resultados estão em consonância com as expectativas, embora o mercado norte-americano tenha dececionado um pouco devido à elevada taxa de mortalidade (impacto da covid).
A administração confirmou as grandes orientações da estratégia: reforço do balanço, redução de custos (400 milhões de euros em 2023) e melhoria da rentabilidade operacional.
Para 2022, pretende continuar a reduzir a influência das taxas de juro nos resultados dos Estados Unidos de forma a estes serem menos influenciadas pelos mercados financeiros.
A Aegon visa apresentar resultados mais estáveis e previsíveis. Seria uma evolução notável em comparação com os últimos anos. Para 2022 e 2023, esperamos lucros por ação de 0,75 euros e 0,79 euros face a 0,65 euros em 2021.
Os esforços da Aegon para impulsionar a rentabilidade estão lentamente a dar frutos.
A cotação valorizou 27,2% desde início do ano contra 17,4% do setor segurador europeu. Manter.
Berkshire
No terceiro trimestre, a holding de Warren Buffett registou uma queda de 66% do lucro para 10,3 mil milhões de dólares. Por um lado, o resultado das suas participações não cotadas continuou a recuperar: lucro +18% em relação ao mesmo período de 2020.
O crescimento da economia norte-americana abrandou no terceiro trimestre, prejudicado pelas perturbações nas cadeias globais, mas a maioria das atividades não cotadas (ferrovias, utilities, serviços e distribuição) mantiveram um bom desempenho.
Só a divisão de seguros voltou a ter um trimestre fraco devido aos custos relacionados com o furacão Ida nos EUA. Por outro lado, os ganhos não realizados nas cotadas (Apple, Bank of America, Amex, Coca-Cola...) caíram 84% para 3,9 mil milhões dado a conjuntura menos favorável das bolsas.
Ainda assim, não impediu que a carteira atingisse um novo recorde de 311 mil milhões de dólares (+10,5 em relação ao final de 2020).
Por último, apesar das novas aquisições das de ações próprias (7,6 mil milhões de dólares no trimestre), a holding terminou setembro com uma posição de caixa recorde de 150 mil milhões de dólares (139 mil milhões no final de 2020).
Revemos em alta a estimativa do valor intrínseco para a BH graças, em particular, ao novo recorde da cotação da Apple (a sua principal posição). O desconto da holding aumentou e é atualmente de 13% (7% no final de agosto).
Dado o seu excecional desempenho passado é injustificado. Comprar.
Sanofi
A farmacêutica anunciou que os resultados completos dos ensaios clínicos da sua vacina para a covid, co-desenvolvida com a GlaxoSmithKline, foram adiados para o próximo trimestre.
Em contrapartida, uma única dose desta candidata a vacina obteve respostas imunitárias fortes. De facto, a Sanofi já perdeu o sprint para os fabricantes de vacinas mARN. A aposta é agora a longo prazo dado que o vírus está para ficar Além da covid, as vacinas (vendas +16,5% no terceiro trimestre) continuam a ser um ponto forte da Sanofi, líder mundial nas vacinas contra a gripe.
A farmacêutica confirmou recentemente a sua previsão de venda de vacinas (excluindo a covid). Espera um aumento médio anual de 5 a 10% a médio prazo e mais do dobro das vendas até ao final da década.
A Sanofi também expandiu o seu pipeline nesta área com um total de 10 candidatas à vacina, 6 das quais usam tecnologia mARN. A Sanofi está também a beneficiar do bom crescimento do seu principal produto, o Dupixent (+54,6% no trimestre) e espera atingir um pico de vendas superior a 10 mil milhões de euros (3,5 mil milhões em 2020), impulsionado por novas indicações terapêuticas.
A cotação foi travada em 2021 devido ao atraso na vacina anti-covid. Contudo, o desempenho das restantes vacinas e do Dupixent são favoráveis pelo que a cotação tem potencial para atingir níveis mais elevados. Comprar.
UBS
O banco suíço viu confirmada a condenação pelos tribunais franceses por transações financeiras ilícitas e de auxílio à lavagem de dinheiro proveniente de fraude fiscal. Mas a coima foi reduzida de 4,5 para 1,8 mil milhões de euros (1,9 mil milhões de francos suíços). Uma notícia bem recebida.
O banco já fez provisões de 450 milhões pelo que terá de registar ainda um custo de 1,45 mil milhões (0,4 francos por ação antes de impostos). Apesar deste encargo, a solidez financeira do banco será preservada, especialmente porque os resultados dos últimos trimestres têm sido muito bons graças ao dinamismo dos mercados financeiros.
Se o banco deixar para trás este litígio legal (o que ainda está por confirmar), poderá ter mais visibilidade para considerar a compra de ações próprias, como fazem os principais concorrentes Société Générale e Crédit Suisse. Partirá igualmente de uma base mais tranquila para a apresentação, em fevereiro, do plano estratégico.
Este último centra-se na digitalização e nos grandes patrimónios dos norte-americanos. Reduzimos as nossas estimativas de lucros por ação em 2021 de 2 para 1,7 francos.
Mantemos a previsão de 2022 em 1,9 francos por ação. A recuperação das atividades do UBS e o dinamismo dos mercados financeiros impulsionaram a cotação.
A valorização em euros ascende a 39,6% contra 26,4% do setor europeu desde o início do ano.
As ações ainda mantêm potencial de apreciação. Comprar.
VF Corporation
Surgem boas notícias do mercado de roupa de “escritório”. A retoma generalizada das atividades económicas está a aumentar a procura de peças dedicadas, em particular calçado e acessórios. Mesmo o vestuário informal e desportivo, que até registou um crescimento discreto durante o lockdown, deve continuar nessa tendência.
O grupo VF, que detém várias marcas que operam nesta área, como a Timberland, deverá beneficiar das previsões. A cotação reagiu bem a estas perspetivas e ao anúncio de novos objetivos de sustentabilidade na produção de vestuário.
Até 2025, o grupo pretende produzir apenas com algodão americano, australiano ou certificado como respeitador do ambiente e dos direitos dos trabalhadores. Comprar.
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