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Estratégias
Três antídotos para vencer a inflação
Há 6 anos - 26 de novembro de 2015
Inflação. Sabe o que é? É uma espécie de monstro para as poupanças, especialmente as de curto prazo e baixo risco.
A inflação é a subida generalizada dos preços. É natural que os preços dos produtos, que habitualmente compra, subam ao longo do tempo. Por essa razão, 1000 euros hoje valem mais do que 1000 euros daqui a 10 anos. Mas vamos a contas: para 2016, o Banco de Portugal estimou uma taxa de inflação de 1,2%. Ou seja, aquilo que compra hoje com 1000 euros, no final do próximo ano necessitará de 1012 euros. Uma pequena diferença, pensa.
Mas há o reverso da medalha: se tiver em consideração de que a maioria das aplicações financeiras rende menos do que isso, significa que, em termos reais, ainda que coloque o dinheiro numa conta bancária a prazo, por exemplo, o mais provável é perder valor.
Para agravar um pouco mais o cenário, a média de um depósito de 5000 euros a um ano é atualmente de 0,3% líquida, mesmo muito abaixo da inflação prevista. Por isso, este monstro glutão é o principal inimigo das suas poupanças. Por este motivo procure sempre aplicações com rendimento acima da taxa de inflação. Só dessa forma garante que, no longo prazo, o seu mealheiro está a engordar.
A inércia em mudar de banco ou de aplicação e a iliteracia financeira são dois problemas que em nada ajudam a que as pessoas tomem boas decisões de investimento. A seguir, damos-lhe uma ajuda apresentando três soluções de capital garantido para ganhar à inflação: depósitos, Certificados e seguros.
Segundo dados do Banco de Portugal, o montante aplicado nas contas à ordem tem aumentado, o que não nos deixa surpreendidos, já que a motivação para aplicar nos depósitos a prazo é pouca. A diferença de rendimento entre uma conta a ordem e uma a prazo esbateu-se nos últimos meses, com a descida das taxas dos depósitos a prazo. As maiores instituições têm remunerações muito próximas de zero, ou mesmo zero, em muitos prazos, especialmente nos mais curtos.
Perante este cenário valerá mesmo a pena aplicar o dinheiro nos bancos? Certamente já fez essa pergunta e com razão. Do ponto de vista do rendimento, em muitos casos não, mas deverá ponderar outros aspetos. Tê-lo em casa, no colchão, também não é seguro e mais facilmente sofre a tentação de o gastar. Por isso, deve continuar a aplicar as suas poupanças que necessita em liquidez, como um fundo de emergência, em depósitos, mas deve ter alguns cuidados. Por exemplo: esqueça os prazos muito curtos, que atualmente são os depósitos menos rentáveis (por exemplo, a um mês).
Esta é uma boa altura para constituir um depósito numa instituição bancária diferente. Se tem dinheiro à ordem ou mesmo a prazo mas a render quase nada, ponha o seu dinheiro a mexer. Aplique-o num mais rentável e com um prazo mais alargado: doze meses é o prazo que aconselhamos. Aproveite as contas promocionais para novos clientes ou novos montantes, especialmente na banca online, onde não cobram custos de manutenção.
O depósito mais rentável é o Invest Choice Novos Depósitos, para novos montantes a aplicar no Banco Invest, assegurando uma taxa de 1,4% líquida durante os próximos doze meses. É a única instituição que oferece um depósito a doze meses acima da taxa de inflação prevista. Contudo, para abrir conta nesta instituição é exigido um mínimo de 5000 euros. Como demonstrou o nosso teste, um aspeto a ter em conta são os custos de manutenção que podem devorar o rendimento. Consulte também o nosso comparador dos depósitos a prazo.
Este produto de dívida pública é especialmente interessante se o puder manter durante cinco anos, uma vez que a taxa de juro é crescente. Em termos brutos, no primeiro ano paga 1,25%, no segundo rende 1,75%, 2,25% no terceiro, 2,75% no quarto, e 3,25% no quinto ano. No quarto e quinto ano, ao valor da taxa de juro citada, acresce ainda um prémio, a ser divulgado pela Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida (IGCP), correspondente a 80% do crescimento médio real do produto interno bruto (PIB); o prémio tem lugar apenas no caso de crescimento médio real do PIB ser positivo. Em termos anuais efetivos líquidos, se mantiver durante os cinco anos, esta aplicação proporciona um rendimento de 1,6%. E, se no quarto e quinto ano as previsões do PIB se verificarem, poderá chegar aos 2%.
O montante mínimo de subscrição é de 1000 euros e cada entrega futura é uma nova subscrição (e não um reforço), que pode ter taxas diferentes. No primeiro ano não pode mobilizar o capital. Os juros são pagos anualmente e só após o primeiro pagamento de juros poderá mobilizar o capital. Simule o rendimento que irá obter.
No caso dos seguros de capitalização temos o rendimento do passado e não podemos fazer previsões sobre o futuro. Em 2014, renderam, em média, 2,2% brutos, mas a nossa Escolha Acertada chegou aos 4%. São cada vez mais apresentados como alternativa aos depósitos. Além disso, beneficiam de vantagem fiscal. Mas, apesar de se apelidarem de seguros, não cobrem qualquer tipo de risco. Podem ter ou não o capital garantido e ter ou não um rendimento mínimo. Os mais interessantes, numa ótica de rendimento garantido, são os seguros de capital garantido e rendimento mínimo. Os seguros sem garantia de capital nem sequer deveriam designar-se de seguros.
O Generali + Poupança é a nossa Escolha Acertada e ganhou 4% brutos em 2014 e 4,5% nos últimos cinco anos. A vantagem destes produtos é a estabilidade do rendimento e uma tributação inferior se mantiver por mais de cinco anos. A desvantagem desta categoria são as elevadas comissões cobradas que, em alguns casos, anulam o rendimento.
Consulte os seguros de capitalização que analisámos este ano.
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