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Melhor estratégia para aplicar 10 mil euros a cinco anos
Há 7 anos - 18 de março de 2015Entre os depósitos de médio e longo prazo, os Certificados do Tesouro Poupança Mais, os Certificados de Aforro e as Obrigações do Tesouro, qual a melhor opção? As taxas de juro oferecidas hoje nos depósitos de médio e longo prazo são, contrariando a tendência habitual, mais baixas do que as dos depósitos a um ano. Se quer aplicar o seu dinheiro com garantia de capital por um longo período, é nos Certificados do Tesouro que deve apostar. Vamos a contas.
Optar pela Obrigação do Tesouro (OT junho 2020) é o pior cenário: não lhe dão qualquer rendimento e a soma dos juros acumulados nesse período e o montante a reembolsar é inferior ao montante aplicado. Toda essa estratégia estaria condenada e resultaria em perda: as yields (taxa anual efetiva líquida) das Obrigações do Tesouro estão negativas.
Agora, se, num prazo de cinco anos, aplicar 10 mil euros em Certificados do Tesouro Poupança Mais acumula um rendimento de 810 euros. Tanto o melhor depósito a cinco anos, como os Certificados de Aforro proporcionam juros inferiores. Assim, se tiver o seu dinheiro investido em depósitos a 5 anos, ganha 700 no fim desse prazo. Se as suas economias estão aplicadas em Certificados de Aforro, o rendimento desce para 534 euros. No mesmo prazo, poderá estar a perder muito se a sua escolha tiverem sido as Obrigação do Tesouro (OT Junho 2020), que estão abaixo de zero, ou seja menos 93 euros.
A nossa sugestão é clara: pare de perder dinheiro e mude as suas poupanças de modo a lucrar no médio e longo prazo.
Taxas de tamanho “s” para prazos “l”
Nos depósitos a prazo todos os caminhos tendem para zero: este parece ser o lema do atual cenário das taxas de juro. A cada mês que passa, os bancos conseguem cortar sempre mais um pouco nas remunerações dos seus depósitos. A um ano as taxas não vão além dos 2%. E para prazos mais longos? Para três, cinco e oito anos?
A oferta de depósitos de médio é longo prazo é substancialmente menor do que a que existe para períodos até um ano. Por um lado, porque os depósitos são mais procurados para aplicar a curto prazo e, por outro, porque para quem oferece taxas o risco é maior no longo prazo, pois poderá estar a garantir-se uma taxa para períodos longos muito diferente do contexto.
Atualmente, como as taxas de juro estão muito baixas em todos os prazos, optar por um depósito de longo prazo não é a melhor opção, pois fica com uma taxa muito baixa por um longo período de anos. É ainda mais grave quando o depósito não permite mobilização antecipada ou quando apenas paga os juros no final do prazo, obrigando assim o cliente a ficar “preso” ao depósito. Já em períodos em que se prevê descida das taxas de juro podem ser uma boa opção, garantindo assim uma taxa acima da média por um período longo.
Contudo, não é possível prever todos os comportamentos económicos e a evolução das taxas de juro no longo prazo. Mas é muito importante que o rendimento do depósito em que tenciona aplicar o seu capital seja superior à taxa de inflação, só assim lhe garante um rendimento real positivo. Caso contrário, o seu dinheiro fica no banco, mas a desvalorizar, pois perde poder de compra.
A tendência das taxas de juro é ainda de descida no curto prazo. Por isso, evite também os depósitos de prazos muito curtos. Um ano é um prazo aceitável.
Vale a pena aplicar num depósito de taxa fixa a médio e longo prazo?
Esta é atualmente uma questão pertinente mas, ao contrário de anos anteriores, a resposta é negativa. Os depósitos de longo prazo são poucos, isto porque a expectativa é de descida das taxas de juro e os bancos optam por não disponibilizar estes prazos, já que o risco de oferecerem uma taxa desajustada das condições de mercado é elevado. Na nossa base dos depósitos encontra cerca de 350 depósitos, 16 dos quais são para o prazo de três anos, sete para o prazo de cinco anos e apenas um depósito com o prazo de oito anos.
A três anos o rendimento máximo que consegue é de 1,8% líquido ao ano: o Banco Popular oferece esta taxa, mas apenas a clientes até 20 anos com o Depósito Eu Poupo. Segue-se o Banco Finantia, onde é exigido um mínimo de 50 mil euros para abrir conta, e é uma taxa exclusiva para novos clientes ou novos recursos (1,6%); o Banco BIC oferece 1,4% no DP Performance e o Montepio propõe 1,3% líquidos ao ano como o depósito Montepio Super Poupança.
Para o prazo de cinco anos, o Depósito Não Mobilizável do Millennium bcp oferece 1,4% líquidos e para um montante mínimo de 50 000 euros, seguido do Activobank que oferece 1,2% em três dos seus depósitos (Juros na Constituição, Juros no Vencimento e Poupança Objetivo).
Para o prazo de oito anos há apenas um depósito no mercado: a Caixa de Crédito Agrícola oferece apenas 0,5% líquidos. Ou seja, são taxas muito pouco interessantes para aplicações de prazo tão longo. E quanto mais longo é o prazo mais baixas são as taxas propostas pelos bancos: o melhor que encontra é de 1,8% a três anos, 1,4% a cinco anos e 0,5% a oito anos.
Mais vale aplicar em depósitos a um ano e renovar às melhores taxas do mercado. Além disso, como referimos atrás, procure sempre taxas acima da inflação: para 2015, o Banco de Portugal prevê uma inflação de 0,7% e de 1% para 2016. Apesar das taxas baixas, ainda é nos prazos mais curtos que encontra melhores remunerações: máximo de 2% a um ano e 2,3% a três meses.
Certificados do Tesouro: rendimento pode chegar aos 2%
Apesar da descida das taxas de juro em fevereiro, os Certificados do Tesouro Poupança Mais (CTPM) são uma opção para prazos de cinco anos. As taxas brutas variam entre 1,25 e 3,25%, permitindo um rendimento anual efetivo líquido mínimo de 1,6%, se mantiver durante os cinco anos. Além disso, nos últimos dois anos pode ainda usufruir de um bónus nas taxas em função do PIB. Caso as previsões para o PIB português pelo FMI se verifiquem, o rendimento dos CTPM pode chegar aos 2%.
Obrigações do Tesouro: rendimento negativo não é opção
As Obrigações do Tesouro (OT) são títulos por prazos longos e que poderiam ser uma alternativa de poupança com baixo risco, já que se trata de dívida do Estado. Contudo, às cotações atuais o rendimento é pouco interessante. Por exemplo, um título com maturidade de três anos (OT Junho 2018) tem uma yield negativa (-0,6%), isto porque a cotação atual é tão elevada que o que pagaria atualmente seria inferior ao que ia receber de juros periodicamente e no resgate. Também para uma maturidade de cinco anos acontece o mesmo: a OT Junho 2020 tem uma yield de 0,3%. Apenas para maturidades a partir dos seis anos as yields são positivas, mas com valores baixos. Só para prazos acima de 10 anos apresentam yields acima de 1%.
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