Análise

Onde aplicar o salário “extra” que recebe em setembro e outubro?

comparador depositos prazo

Criar e manter poupanças é indispensável para manter de boa saúde as finanças pessoais.

Publicado em: 04 outubro 2024
Tempo estimado de leitura: ##TIME## min.

Partilhe este artigo

comparador depositos prazo

Criar e manter poupanças é indispensável para manter de boa saúde as finanças pessoais.

Em setembro e outubro vai receber mais salário. Na prática, não é mais do que a antecipação do reembolso do IRS. Aproveite para reforçar as poupanças.

Criar uma poupança de curto prazo, para fazer face a imprevistos, e outra de longo prazo, que sirva de complemento à pensão de reforma, é indispensável para manter de boa saúde as finanças pessoais. Caso já tenha estes dois objetivos encaminhados, pode reforçar os produtos destinados a esses fins ou canalizar o restante para fundos de investimento, numa ótica de longo prazo.

De forma a concretizar o primeiro objetivo – criação do fundo de emergência –, privilegie os depósitos a prazo, com taxas mais altas, e eventualmente os Certificados de Aforro, ainda que a taxa base deste esteja abaixo das melhores propostas de depósitos.

Se já tem um "fundo de maneio" (o ideal são seis salários), planeie o longo prazo. Os planos de poupança-reforma são a melhor opção. Prefira os PPR sob a forma de fundo se ainda está longe da reforma. Caso esteja a menos de 10 anos da idade em que tenciona retirar-se da vida ativa, opte por um PPR sob a forma de seguro.

Quem tem já um plano de poupança na carteira pode aplicar o reembolso do IRS em fundos de investimento, uma forma de tirar partido da valorização das bolsas, conseguir um rendimento superior a longo prazo e contornar a inflação. Conheça de seguida cada uma destas soluções em detalhe. 

1. Criar ou reforçar o fundo de emergência: depósitos e Certificados de Aforro

Pela sua simplicidade, o depósito a prazo é o produto financeiro mais popular em Portugal. A par dos Certificados de Aforro, é a aplicação indicada para fazer face a imprevistos, porque tem elevada liquidez (facilmente resgata o dinheiro). 

Pelo facto de ser o produto mais penalizado pelo efeito da inflação, já que o dinheiro fica parado e, no final do prazo, recebe um rendimento que, na maior parte das vezes, fica abaixo da inflação (2,5% para 2024 e 2,1% em 2025, segundo estimativa recente do Banco de Portugal), sugerimos que escolha um depósito com taxa líquida superior. 

No contexto atual, em que as taxas dos depósitos estão em queda e se prevê que assim continuem, numa progressiva descida, opte por um depósito de um a cinco anos, que permita a mobilização antecipada. Alguns bancos não permitem levantar o capital antes do final do prazo, o que é uma desvantagem caso necessite dele. Além disso, alguns depósitos, sobretudo os que proporcionam taxas mais elevadas, exigem um montante mínimo elevado (25 ou 50 mil euros), o que pode inviabilizar a aplicação do reembolso do IRS nessas contas. Tenha atenção a estas questões antes de formalizar o depósito. 

Quanto aos Certificados de Aforro, a taxa-base está no valor máximo (2,5% brutos). Portanto, abaixo das remunerações proporcionadas pelos melhores depósitos e, em termos líquidos, fica abaixo da inflação estimada pelo Banco de Portugal para este ano e para o próximo.

Ainda assim, há vantagens nestes títulos de dívida do Estado que convém referir: o mínimo de subscrição é baixo (100 euros); são permitidas entregas a qualquer momento com o mínimo de 10 euros; capitalizam juros a cada três meses; podem ser resgatados após o primeiro trimestre; o prazo máximo é de 15 anos, o que permite fazer uma poupança de longo prazo com entregas regulares ou ocasionais; beneficiam da garantia do Estado, o seu emitente, já que se trata de um produto de dívida pública (na prática, está a emprestar dinheiro ao Estado); e têm um prémio de permanência, que varia entre 0,25% e 1,75 por cento.

A taxa-base dos Certificados de Aforro é calculada de acordo com as últimas 20 observações da Euribor a três meses, pelo que acompanha a evolução das taxas de curto prazo. Como a expectativa é de descida da Euribor nos próximos meses, é praticamente certo que a taxa base dos Certificados também irá descer. Pode simular o rendimento no nosso simulador de Certificados de Aforro.

2. Criar ou reforçar o complemento de reforma: fundos e seguros PPR

A criação de um complemento à pensão de reforma deveria ser uma das principais preocupações financeiras de quem tem, neste momento, menos de 40 anos de idade, já que deverá sofrer os maiores cortes nas pensões. 

Segundo o Ageing Report de 2024, a Comissão Europeia prevê que, em 2050, as pensões do sistema público correspondam a apenas 38,5% do último salário. Uma boa razão para se precaver.

Há vários produtos destinados a esse fim que até proporcionam benefícios fiscais. É o caso dos já mencionados planos de poupança-reforma, dos Certificados de Reforma e dos fundos de pensões. Preferimos os PPR pela variedade da oferta e flexibilidade do produto. Existem sob a forma de seguro, geralmente com capital garantido e rendimento mínimo, e sob a forma de fundo de investimento, por regra sem capital garantido.

Os PPR funcionam como "mealheiro" para a reforma, pois permitem entregas regulares de pequenos montantes. No entanto, e daí a flexibilidade, podem também ser resgatados sem penalizações fiscais em caso de doença grave, desemprego prolongado, incapacidade para o trabalho e até para pagar a prestação mensal da casa. 

Excecionalmente, até ao final deste ano, há mais três exceções, para fazer face à subida da inflação. Assim, se ainda não tem um PPR, pode aplicar o reembolso do IRS numa das Escolhas Acertadas que recomendamos e ir reforçando de acordo com as suas possibilidades.

Para os mais conservadores, que não querem correr risco, ou para quem já tem 57 anos ou mais, recomendamos o Lusitania Poupança Reforma PPR. Permite entregas únicas ou programadas, com o mínimo de 20 euros mensais. Este seguro, além de garantir o capital, tem um rendimento mínimo definido anualmente (1,75% em 2024). Os subscritores da DECO PROteste Investe beneficiam de condições especiais resultantes do protocolo com a Lusitania Vida

Para quem ainda está a 10 anos ou mais da reforma, é preferível um PPR sob a forma de fundo. Mais não é do que um fundo de investimento misto, com uma carteira diversificada. Embora não tenha garantia de capital, o rendimento potencial é bastante superior, pois investem nas bolsas de forma diversificada.

Recomendamos dois fundos PPR, com diferentes níveis de risco: o Alves Ribeiro PPR/OICVM, com cerca de 26% em ações; e o mais agressivo, o BBVA Estratégia Investimento PPR. O montante mínimo para subscrever estes fundos é de 50 e 25 euros, respetivamente. 

No caso do Alves Ribeiro PPR, precisa de abrir conta no Banco Invest, com um montante de 1000 ou de 5000 euros, consoante seja ou não nosso subscritor e associado. Ao subscrever o Alves Ribeiro PPR/OICVM ao abrigo do nosso protocolo com o Banco Invest, beneficia de outras vantagens, como a isenção de comissões e bonificação, e de um prémio de fidelização anual de 0,2 por cento. Este prémio é convertido em pontos – 1 ponto equivale a 1 euro, que podem ser usados para subscrever novas unidades de participação. 

Visite o comparador Ganhe Mais no PPR

3. Criar uma poupança de longo prazo: fundos de investimento 

Se já tem um fundo de emergência, bem como um PPR, pode aplicar numa carteira de fundos, a longo prazo (mais de 5 anos). Uma alternativa mais simples que recomendamos, são um dos três fundos que replicam as três carteiras da DECO PROteste Investe (defensiva, equilibrada e agressiva) em três fundos da Optimize

Na prática, tem disponíveis três fundos de investimento mistos, que agregam as recomendações de investimento em fundos de ações e obrigações da nossa equipa de especialistas. São eles Optimize Selecção Defensiva, Optimize Selecção Base e Optimize Selecção Agressiva. 

A percentagem aplicada em ações é o que os distingue: a versão defensiva aplica 25% em ações, a base investe 55% e a agressiva 75% no mercado acionista. Por norma, quanto maior a percentagem de ações, maior o risco, mas também o potencial de rendimento. Por exemplo, nos últimos 10 anos, até agosto de 2024, as nossas carteiras renderam 2,1%, 2,9% e 4,4%, respetivamente, ao ano. 

Mas os fundos foram bastante penalizados nos últimos anos, devido ao efeito da guerra na Ucrânia e à crise da inflação. Ainda assim, nos últimos 12 meses, tiveram boas recuperações (5%, 4,3% e 4,3%, respetivamente). É, por isso, recomendado que invista sempre por prazos mais longos (acima de cinco anos), de forma a recuperar de crises que possam ocorrer. Qualquer que seja a versão, o montante mínimo é de 10 euros. Pode subscrever na sociedade gestora Optimize (www.optimize.pt).

Por mais tentador que seja gastar este dinheiro extra, ver as poupanças crescer é aliciante. E ter uma "reserva" para imprevistos e um complemento de reforma é ainda mais.

O conteúdo deste artigo pode ser reproduzido para fins não-comerciais com o consentimento expresso da DECO PROteste, com indicação da fonte e ligação para esta página. Ver Termos e Condições.