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- 10 regras para gerir bem as suas poupanças

António
Ribeiro
Especialista em produtos de poupança.
Analista financeiro independente registado na CMVM.
Licenciado em Economia pela Universidade de Coimbra.
10 regras para gerir bem as suas poupanças
Há 3 meses - 25 de outubro de 2022
António
Ribeiro
Especialista em produtos de poupança.
Analista financeiro independente registado na CMVM.
Licenciado em Economia pela Universidade de Coimbra.

O Dia Mundial da Poupança comemora-se a 31 de outubro.
É importante não se acomodar e gerir as poupanças de uma forma ativa, para minimizar o impacto da inflação e aproveitar a subida das taxas.
Siga estas 10 regras para ser bem-sucedido na gestão das suas poupanças.
1. Antes de começar a poupar, elimine as dívidas
Enquanto não se libertar dos pequenos créditos que penalizam o orçamento familiar, como é o caso do cartão de crédito (não dos créditos de longo prazo para compra de casa ou carro), não adianta poupar. A sua poupança caminhará sempre a um ritmo mais lento do que as dívidas, que têm taxas bem mais elevadas.
2. Atenção à fonte de informação
Cuidado com os conselhos dos amigos, ou mesmo do gestor de conta do banco. Ainda que não sejam mal-intencionados, não são a fonte mais credível e isenta, nem conhecedora do mercado. É frequente os esquemas piramidais serem promovidos pelos amigos. Atenção aos influenciadores digitais que dão conselhos, mas são pouco isentos. Os analistas independentes são credenciados pela CMVM.
3. Encare a poupança como um encargo regular
Não poupe apenas o que sobra no final do mês, pois corre o risco de não conseguir colocar de lado qualquer montante. Seja disciplinado. Assim que recebe o salário, ponha de lado uma quantia ou programe, por exemplo, uma transferência automática para um PPR, para evitar o “esquecimento”.
4. A primeira poupança é para o “fundo de emergência”
Crie uma almofada financeira para fazer face a imprevistos e evitar recorrer ao cartão de crédito. O “fundo de emergência” deve ter o equivalente a seis salários, aplicados em produtos sem risco, de capital garantido, e facilmente convertíveis em dinheiro, como depósitos e Certificados de Aforro.
5. Tenha a inflação como referência de rendimento
Se as poupanças valorizarem menos do que a taxa de inflação, isso significa que o dinheiro está a perder valor, o que, a longo prazo, pode ser muito prejudicial. A expressão “o dinheiro vale cada vez menos” deve-se a uma subida dos preços maior do que o rendimento gerado pelas aplicações que faz. Acontece, por exemplo, com os depósitos a prazo, que rendem quase nada. Por esse motivo, colocar todas as poupanças numa conta à ordem é uma má estratégia. Neste momento, não é fácil encontrar produtos com rendimento superior à inflação, mas deve procurar o melhor rendimento para minimizar o efeito da subida dos preços.
6. Inicie a poupança para a reforma o quanto antes
Quanto mais cedo iniciar a poupança de longo prazo, mais pode acumular. Não apenas porque tem mais anos de poupança, mas porque pode aplicar em produtos com maior percentagem de ações (mais risco) e potencialmente mais rentáveis. Assim, o efeito de capitalização será bastante maior. O ideal é iniciar quando entra na vida ativa, mesmo que as quantias sejam pequenas.
7. Não invista em produtos estranhos
Cuidado com o investimento em produtos que desconhece ou não entende. Por exemplo, produtos estruturados têm regras que podem ser complexas e, por norma, são criados de forma a apresentar um rendimento potencial interessante. Contudo, este raramente se verifica porque, para tal acontecer, seria preciso obedecer a certas condições. Evite esses produtos.
8. Diversifique por vários bancos e produtos
É famosa a expressão “não coloque os ovos todos no mesmo cesto”, porque se cair, fica sem poder fazer omeletes. Significa que deve diversificar as poupanças por vários produtos e instituições de forma a diminuir o risco. De preferência, aplique em cada instituição apenas o montante definido no Fundo de Garantia de Depósitos e no Sistema de Indemnização aos Investidores: até 100 mil e 25 mil euros, respetivamente.
9. Arrisque, mas apenas com dinheiro de que não necessita
Nos produtos de maior risco aplique apenas o montante de que não vai necessitar a curto ou médio prazo. No caso dos ativos sem capital garantido, como fundos de investimento ou ações, invista por prazos superiores a cinco anos, de forma a poder recuperar de períodos menos bons, como a queda dos mercados financeiros. Não resgate numa altura menos favorável.
10. Escolha os produtos de acordo com o seu perfil
Não há duas pessoas iguais, mesmo em termos financeiros. As necessidades económicas, o património e a própria personalidade são distintos. Há quem seja totalmente avesso ao risco e há quem prefira arriscar mais. Conhecer o seu perfil de risco é fundamental para escolher os produtos financeiros adequados e... dormir descansado, sem sobressaltos. Teste, por isso, o seu grau de aceitação de risco, os conhecimentos e veja se tem tempo disponível para procurar informação sobre produtos e mercados mais complexos.
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