Os Melhores Fundos PPR para Investir em Portugal: Rentabilidade e Poupança

Poupar para a reforma: PPR, Fundos de Pensões ou Certificados de Reforma?

Escolher o produto certo para aplicar a poupança para a reforma não é, de facto, tarefa fácil. Há uma grande diversidade de produtos disponíveis no mercado: PPR sob a forma de seguro, de fundo de investimento e de pensões; Certificados de Reforma.

Todos proporcionam benefícios fiscais, o que os torna mais atrativos quando comparados com outros produtos. 

O resgate está, porém, condicionado a algumas regras: em certos casos não é permitido o resgate antecipado, noutros fica sujeito a fortes penalizações. Ou seja, são produtos destinados a poupança de longo prazo e não devem servir para fazer face a emergências. 

Os fundos de pensões têm regras mais complexas e são utilizados por empresas e seus colaboradores.

Já os Certificados de Reforma, do Estado, não têm qualquer liquidez e não se ajustam ao perfil de todos os investidores, pois é um fundo único.

Os tão aguardados Produtos Individuais de Reforma Pan-Europeus (PIRPE), que permitem manter o produto mesmo que mude de Estado-membro, ficaram muito aquém do esperado. A comissária europeia com o pelouro dos investimentos garantiu recentemente que vão ser revistos. 

Os PPR são, por isso, os nossos preferidos, quer pela diversidade de oferta, quer porque permitem o resgate sem penalizações em algumas situações – desemprego, doença grave e incapacidade para o trabalho – e até podem ser utilizados para pagar a prestação da casa. Em última instância, se surgir algum destes contratempos ao longo da vida, podem ser uma boa ajuda no alívio de encargos. 

Destacam-se também pela variedade, já que há PPR com políticas de investimento muito diversas (conservadores, moderados ou agressivos, consoante o investimento em ações), uns sem capital garantido e outros com garantia de capital e até um rendimento mínimo. 

Têm a vantagem, ainda, de permitirem a criação de um complemento para a reforma a partir de pequenos montantes ajustáveis à disponibilidade de cada um. 

Por último, é possível transferir facilmente um PPR para outro, caso não esteja satisfeito com o rendimento. Pode usar o nosso comparador Ganhe Mais no PPR.

Escolher um seguro ou fundo PPR? 

Depende da sua idade e disposição para o risco.

O seguro PPR é mais indicado para quem tem 57 ou mais anos, ou seja, está a menos de 10 anos de se reformar. O objetivo é preservar o capital que acumulou ao longo da vida e não sujeitar a poupança ao risco, para evitar que crises dos mercados financeiros afetem o seu pé-de-meia. 

Optar por um seguro ou um fundo significa obedecer a regras diferentes no que diz respeito à transparência da informação, ao rendimento, à carteira de investimento e comissões que paga. 

Por garantirem o capital, os PPR sob a forma de seguro são os preferidos dos portugueses, representando cerca de 70% do mercado. Alguns proporcionam, também, um rendimento mínimo. É o caso da nossa Escolha Acertada, o Lusitania Poupança Reforma PPR, que garante uma taxa mínima de 2%, em 2025. A essa taxa mínima acresce ainda a participação de resultados, mas é preciso deduzir a comissão de gestão anual.  O rendimento é de 1,6%, deduzida a comissão de gestão. 

Este seguro da Lusitania Vida é apenas superado pelo Capital Diferido CB BA PPR da España, beneficiado por ter uma comissão de gestão bastante mais baixa (0,4 por cento). No entanto, a seguradora cobra uma comissão de 8% na subscrição e 25% no resgate. 

Quais os fundos PPR que recomendamos?

São os PPR sob a forma de fundo que permitem multiplicar exponencialmente a poupança. Como investem parte da carteira em ações, o potencial de rendimento é bastante superior aos seguros PPR. São, por isso, indicados para quem ainda está longe da idade de reforma. 

Mas, nesta categoria, há uma diversidade cada vez maior: PPR sob a forma de fundo de investimento; PPR sob a forma de fundo de pensões; e até seguros PPR ligados a fundos. Estes últimos, ainda que sejam apelidados de "seguros", não garantem o capital nem um rendimento mínimo, pelo que de seguro têm pouco.

Partindo dos dados publicados pela ASF, que classifica estes "seguros ligados a fundos" com indicador de risco, dividimos em duas categorias: os de risco médio e os de risco elevado. Na prática, estes seguros devem ser comparados aos fundos PPR, porque, efetivamente, é isso que eles são. 

Como investem em ações, beneficiaram, no ano passado, da valorização das bolsas, conseguindo um rendimento médio de 6,5 por cento. 

Nos últimos cinco anos, o retorno foi, porém, bastante mais modesto (1,5 por cento). Uma performance média muito semelhante à dos fundos PPR (6,5% e 1,6%, respetivamente, nos mesmos prazos). 

O fundo PPR que merece o título de Escolha Acertada no segmento de risco mais elevado (investem em mais de 50% em ações) – BPI reforma Global Equities PPR/OICVM – proporcionou, no entanto, um rendimento superior ao do melhor seguro ligado a fundos: BPI Destino PPR 2040 (13,9% contra 12,4%, em 2024, e 7,9% versus 5,7%, ao ano nos últimos cinco anos). 

O facto de aplicarem mais em ações tornam estes produtos mais arriscados, mas também mais adequados para a poupança de longo prazo. Sobretudo se ainda estiver longe da reforma. 

As outras recomendações a nível de fundos PPR são, no grupo dos defensivos (aplicam menos de 25% em ações), o Optimize PPR/ OICVM Moderado, que conseguiu 8%, no ano passado, e 1,7% ao ano nos últimos cinco anos. 

Já na categoria de risco intermédia (entre 25% e 50% em ações), o Alves Ribeiro PPR continua estável, tendo ganho 6,9%, em 2024, e 2,4%, ao ano nos últimos cinco. 

Quais os benefícios fiscais dos PPR? 

A vantagem fiscal associada aos PPR continua a ser a principal razão para muitos aforradores subscreverem PPR.

São dois os tipos de benefícios fiscais: "à entrada", ou seja, anualmente, quando subscreve, ou reforça um PPR, e "à saída", quando resgata o produto. 

O primeiro permite a dedução à coleta de IRS de 20% do valor aplicado, com um limite máximo que varia entre 300 e 400 euros, consoante a idade.

A soma das deduções à coleta, incluindo o benefício fiscal estabelecido para os PPR, não pode, no entanto, exceder determinados limites estabelecidos em função do escalão de rendimento coletável. Esse limite inclui a soma das deduções à coleta relativa a despesas de saúde, de educação, entre outros.

A taxa de imposto "à saída”, calculada no momento do resgate, varia entre 8% e 21,5%, consoante o prazo da aplicação e se resgatado dentro ou fora das condições. Um PPR, mesmo resgatado fora das condições, tem uma taxa de imposto mais favorável do que um depósito a prazo. 

Convém é que não tenha declarado as entregas no IRS, caso contrário, terá de devolver os benefícios fiscais acrescidos de 10% ao ano. O facto de o imposto ser retido só no reembolso permite capitalizar os juros e ganhos até ao momento do resgate, o que é uma vantagem face a outros produtos.