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A corrida ao ouro: metal precioso continua a valorizar?

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O ouro continua a valorizar como ativo de refúgio

Publicado em: 02 setembro 2025
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O ouro continua a valorizar como ativo de refúgio

O ouro continua com uma valorização significativa, chegando a atingir o valor máximo de 3508,78 dólares esta madrugada.

Panorama atual

Em 2025, o ouro tem experimentado uma valorização significativa: acumulou cerca de 32,67% desde o início do ano, estando agora nos 3472 dólares, contudo chegou a atingir o valor máximo de 3508,78 dólares na madrugada de dia 2 de setembro.

Fatores fundamentais que sustentam a alta 

O ouro continua a valorizar devido a um conjunto de fatores estruturais e conjunturais que reforçam o seu papel como ativo de refúgio. Em primeiro lugar, a instabilidade geopolítica e económica tem sido um dos principais motores desta valorização.

Conflitos como a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, as tensões no Médio Oriente e as políticas protecionistas dos Estados Unidos geram incerteza nos mercados e levam investidores a procurar segurança em ativos tangíveis e reconhecidos globalmente, como o ouro.

Outro fator essencial é a procura crescente dos bancos centrais. Desde 2020, as compras oficiais aumentaram mais de 300%, refletindo a estratégia de muitos países, sobretudo emergentes, de diversificar as suas reservas cambiais, reduzir a dependência do dólar e aumentar a proteção face a riscos geopolíticos.

Este movimento intensificou-se em 2025, com crescimentos homólogos muito expressivos, o que representa um suporte sólido para a valorização do metal. 

Paralelamente, a procura por joalharia, especialmente em países com forte tradição cultural ligada ao ouro, como a Índia, a China e várias nações do Médio Oriente, voltou a crescer depois da quebra de 2020. Estes mercados continuam a ser determinantes para a procura global e mantêm um peso relevante na sustentação do preço.

Do lado da oferta, o cenário é de forte limitação. O ouro é um recurso finito e a extração, além de dispendiosa, tem registado crescimentos residuais. Entre 2019 e 2024, a oferta global aumentou apenas cerca de 2%, o que contrasta com o crescimento expressivo da procura, criando um desequilíbrio estrutural favorável à subida de preços. 

Também a desvalorização do dólar e as perspetivas de inflação persistente contribuíram para que o ouro ganhasse ainda mais protagonismo. Um dólar mais fraco torna o metal mais acessível em termos relativos para investidores internacionais, enquanto a inflação reforça a procura por ativos que preservam valor real ao longo do tempo. 

Finalmente, a aceitação universal do ouro, tanto em mercados financeiros — através de instrumentos como ETFs e contratos de futuros — como em reservas internacionais e no comércio físico, consolida a perceção de que este é um ativo de refúgio, seguro, estável e reconhecido em qualquer contexto económico. 

Em suma, a valorização contínua do ouro resulta da combinação entre a sua escassez e a elevada procura internacional, amplificada por bancos centrais, investidores e consumidores culturais. Num contexto de incerteza global, inflação e tensões geopolíticas, o ouro reafirma-se como a principal reserva de valor, justificando a sua trajetória de subida nos últimos anos.

Por que o ouro continua a subir? 

1. Tensão global e instabilidade geopolítica criam um ambiente favorável ao metal como porto seguro. 

2. Dólar fraco, aliado à procura, fortalece o mercado. 

3. Compras contínuas por bancos centrais elevam a procura institucional. 

4. Oferta limitada reforça o suporte de preço. 

5. Previsões otimistas, sustentadas por indicadores técnicos, apontam para novas máximas.

No curto prazo, o preço do ouro permanece elevado, com correções saudáveis sem comprometer a tendência. A médio e longo prazo, o cenário continua promissor, especialmente em contextos de instabilidade política e macroeconómica.

Conselho

O ouro, destaca-se por ser independente de bancos centrais, escasso, e historicamente confiável, ao contrário das criptomoedas, que em tempos de incerteza tendem a desvalorizar.

Se vai alocar capital para qualquer investimento, tenha em atenção que está, neste momento, como no caso do ouro, muito perto de valores máximos, pelo que, estatisticamente, não seria uma boa altura para investir todo o seu dinheiro destinado a este ativo de uma vez.  

Outra desvantagem do ouro é que não gera rendimento estável, ao contrário dos ativos financeiros como é o caso das obrigações que geram um rendimento fixo (juros). 

Como foi já também explicado na nossa análise sobre Ethereum, muitas das vezes que estes ativos fazem um novo máximo ou chegam a um número redondo, a cotação dos mesmos por norma começa a consolidar, e é seguida de correções.  

Mais uma vez isso aconteceu, quando o ouro chegou ao seu novo máximo de 3508,78 dólares, existiram logo sinais técnicos que indicavam que poderia haver uma correção, e em 6 horas o ouro desvalorizou 34$. 

Invista até 5% da sua carteira de investimentos via ETC de ouro físico como os referidos acima. 

Em termos fundamentais, o impacto causado pelas tarifas impostas por Trump em abril impactaram mais a cotação do ouro do que as tensões no médio oriente, podendo ser mais uma justificativa que adiciona à proposição mencionada anteriormente de o ouro poder estar de facto sobrevalorizado.

Contudo dependerá também de como se irão desenrolar os conflitos no Médio Oriente e as tensões entre EUA, Rússia e China, e a possibilidade ou não de tornar a existir uma crise financeira nos próximos 5 anos. 

Como este ativo está perto de valores máximos, sublinhamos mais uma vez a importância de investir em formato fracionado, utilizando o método DCA, dessa forma consegue mitigar a exposição ao risco de uma forma simples. 

Ao investir quantias fixas em prazos predefinidos, compra pouca quantidade de ativos quando estes estão caros, e uma maior quantidade quando os mesmos estão baratos.  

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