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Ouro digital: a tokenização que pode transformar o mercado já em 2026

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A tokenização do ouro pode tornar o ouro mais competitivo em relação a outros produtos financeiros

Publicado em: 05 setembro 2025
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A tokenização do ouro pode tornar o ouro mais competitivo em relação a outros produtos financeiros

A iniciativa do World Gold Council poderá revolucionar a forma como se investe e negoceia ouro.

Vale a pena investir em ouro digital? 

A tokenização do ouro, através dos Pooled Gold Interests (PGIs), promete unir a segurança da custódia física à flexibilidade do registo digital. A partir de 2026, esta inovação pode tornar o ouro mais líquido, transparente e competitivo face a outros ativos financeiros, abrindo novas oportunidades para investidores.

O que é o ouro digital e como funciona?

O World Gold Council (WGC) está a lançar uma iniciativa inovadora no mercado histórico da negociação de ouro físico em Londres. Previsto para o primeiro trimestre de 2026, o ensaio dos chamados Pooled Gold Interests (PGIs) permitirá a partilha fracionada de ouro físico, armazenado em contas segregadas, através de registo digital numa estrutura de trust, em colaboração com grandes bancos e operadores comerciais. 

Uma estrutura de trust é um mecanismo jurídico muito usado em países de common law (como Reino Unido ou EUA), onde uma entidade administra bens em benefício de terceiros. Neste caso, o objetivo é garantir maior transparência e proteção para os investidores.

Pooled Gold Interests (PGIs): a nova forma de investir em ouro 

O mercado de ouro físico funciona hoje em dois modelos principais: 

Alocado – atribuição de barras específicas a um investidor, guardadas em cofres. É o modelo mais seguro, mas também o mais caro. 

Não alocado – representa apenas um direito de crédito sobre uma quantidade genérica de ouro, sem barras específicas. É mais líquido e barato, mas envolve riscos de contraparte. 

Os PGIs procuram combinar o melhor dos dois mundos: a segurança da custódia física com a liquidez e flexibilidade da negociação digital.

Estes tokens representam frações reais de ouro armazenado em cofres de confiança e podem ser usados como colateral em operações financeiras, facilitando liquidações rápidas, reduzindo custos e aproximando o ouro dos mercados financeiros modernos.

Blockchain e rastreabilidade no mercado de ouro 

Em paralelo, a London Bullion Market Association (LBMA) está a implementar a Gold Bar Integrity Database, uma base de dados assente em blockchain que permitirá a rastreabilidade total de cada barra de ouro: número de série, peso, pureza e todo o percurso até ao comprador final. 

Este sistema reforça a confiança, promove critérios de sustentabilidade e previne riscos de financiamento ilícito, respondendo a uma das maiores preocupações atuais: a origem responsável do ouro.

Ouro físico vs ouro digital: principais diferenças 

Com estas inovações, o ouro poderá deixar de ser apenas um ativo estático de reserva e passar a desempenhar um papel mais dinâmico no sistema financeiro global. A negociação digital facilita transparência, segurança e liquidez — mas não elimina os riscos de volatilidade e de adoção ainda em fase inicial. 

Apesar do entusiasmo do WGC, operadores como o BullionVault defendem que “o ouro já é a commodity com melhor desempenho” e questionam a necessidade de modernização. Ainda assim, as pressões regulatórias e de mercado apontam para um futuro onde a digitalização será inevitável.

Vantagens e riscos da tokenização do ouro 

Vantagens: liquidez superior, transparência, custos mais baixos, possibilidade de usar ouro como colateral. 

Riscos: regulação ainda em construção, adoção gradual, dependência da confiança nos intermediários digitais. 

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