O cenário de um corte das taxas de juro nos EUA em julho ficou mais distante depois dos números do emprego terem confirmado a força da economia norte-americana.
Os dados foram bem recebidos pelo mercado, com o S&P 500 a subir 1,7% e o Nasdaq a valorizar 1,6%, impulsionados pela força das ações tecnológicas (+2,1%). A Nvidia ganhou 1%, a Apple 6,2% e a Texas Instruments 4,3%. Os semicondutores subiram 1,2%.
A Europa manteve-se um pouco pressionada pela incerteza em torno das tarifas e do prazo de 9 de julho estabelecido por Trump para a assinatura de acordos comerciais. O Stoxx Europe 600 recuou 0,5%, apesar da atividade transformadora e do setor dos serviços terem mostrado sinais de recuperação no velho continente.
O Dax alemão perdeu 1%, com a Bayer a cair 2,9% depois de uma petição do Supremo Tribunal dos EUA ter adiado ainda mais uma decisão sobre os litígios relacionados com o glifosato. A bolsa de Amesterdão (-1,3%) sofreu uma queda superior, já que a ASML, que pesa 35% no índice holandês, perdeu 3,4%.
O setor automóvel global caiu 0,4%, com a Tesla (-2,6%) a manter-se pressionada pelas tensões entre o seu CEO, Elon Musk, e Donald Trump, apesar da queda das vendas no segundo trimestre ter sido menor do que o esperado. A criação de um partido político por Musk corre o risco de reforçar ainda mais a desconfiança.
Ao invés, a Renault subiu 1,1%, apesar do anúncio de prejuízos na sua participação na Nissan no primeiro semestre. A Stellantis caiu 0,7%.
O setor de bens de luxo ganhou 0,6%, a beneficiar de algumas boas recomendações de investimento. Contudo, é um setor que pode ser penalizado pela atual onda de protecionismo. A LVMH ganhou 6,2%.
Lisboa brilha a subir 3,4%
A bolsa nacional liderou os ganhos entre as principais praças mundiais, na semana passada, ao valorizar 3,4%, elevando a subida acumulada em 2025 para 22%. Apenas a Novabase (-0,6%) e os CTT (-0,4%) fecharam com quedas muito ligeiras.
De resto, os ganhos foram generalizados, com destaque para várias das principais empresas do índice PSI: Jerónimo Martins (+7,1%), a beneficiar de recomendações de investimento favoráveis, EDP Renováveis (+6%) e EDP (+3,5%), que continuam a recuperar graças à melhoria da conjuntura no setor das renováveis.
A Sonae (+5,8%), reagiu bem a uma entrevista do seu diretor financeiro, onde este realçou o desconto a que a ação negoceia em bolsa e confirmou que agora a estratégia do grupo passa por consolidar os negócios recentemente adquiridos.
Números da semana
7777,66
Valor de fecho do índice PSI na passada sexta-feira, que constitui um novo máximo da bolsa de Lisboa desde maio de 2011, há 14 anos. De facto, 2025 está a ser muito positivo para a praça nacional, que acumula um ganho de 22% desde o início do ano, uma das maiores valorizações a nível mundial.
147 mil
Número de empregos criados pela economia americana em junho, um valor acima dos 110 mil esperados pelo mercado. A taxa de desemprego também baixou ligeiramente para 4,1%, confirmando a resiliência da maior economia mundial.
Top subidas
Euroapi +12,1%Kion Group +10,1%
Harley-Davidson +8,1%
Jerónimo Martins +7,1%
Vallourec +6,9%
Top descidas
Sofina -7,9%
Gimv -6,9%
Aperam -6,1%
Schneider Electric l -3,5%
ASML -3,4%
A semana em números
Principais Bolsas | |
Europa Stoxx 600 | -0,5% |
EUA S&P 500 | +1,7% |
EUA Nasdaq | +1,6% |
Lisboa PSI | +3,4% |
Frankfurt DAX | -1,0% |
Londres FTSE 100 | +0,3% |
Tóquio NIKKEI 225 | -0,9% |
Variação das cotações entre 27/06/25 a 4/07/25, em moeda local.
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