De acordo com os números do Instituto Nacional de Estatística, nos primeiros anos do século XXI, o número de edifícios construídos para habitação caiu rapidamente de cerca de 40 mil para apenas em 17 mil em 2010.
Crise imobiliária em Portugal
Esta tendência de queda intensificou-se com a crise financeira global e posteriormente com a crise da dívida soberana na zona euro e a intervenção da troika em Portugal.
Em 2015 atingiu-se com mínimos históricos: apenas 4974 edifícios e 7148 fogos. Este período representa o ponto mais crítico da crise imobiliária em Portugal, com impacto direto na oferta habitacional.
Recuperação da construção
A partir de 2016, inicia-se uma fase de recuperação do setor da construção, impulsionada pela recuperação económica. Em 2024, os números atingem 10 750 edifícios e 24 639 fogos, refletindo uma retoma sustentada e gradual da atividade construtiva.
Apesar desta recuperação gradual, a construção de edifícios e fogos de habitação familiar em Portugal continua significativamente abaixo dos níveis registados no início dos anos 2000.
Esta insuficiência na oferta habitacional, face a uma procura crescente, é um dos principais fatores que explica a contínua subida dos preços da habitação nas últimas décadas.
A retoma na oferta é positiva, mas ainda insuficiente para responder de forma eficaz aos desafios do mercado imobiliário atual.
CONSTRUÇÃO DE CASAS EM PORTUGAL | ||
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Ano | Edifícios de habitação | Fogos de habitação |
2003 | 40879 | 92508 |
2004 | 32832 | 74261 |
2005 | 34214 | 76123 |
2006 | 30339 | 68764 |
2007 | 29096 | 67463 |
2008 | 26645 | 59256 |
2009 | 21363 | 47915 |
2010 | 17445 | 35442 |
2011 | 15434 | 26382 |
2012 | 12362 | 19684 |
2013 | 8235 | 12751 |
2014 | 5623 | 8313 |
2015 | 4974 | 7148 |
2016 | 5197 | 7909 |
2017 | 5633 | 8213 |
2018 | 6635 | 10751 |
2019 | 7614 | 12954 |
2020 | 8930 | 16923 |
2021 | 9970 | 19499 |
2022 | 10491 | 20965 |
2023 | 11149 | 23652 |
2024 | 10750 | 24639 |
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