Análise

Inflação em baixa na Europa e Estados Unidos

Publicado em:  20 novembro 2023
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A inflação na Zona Euro, EUA e Reino Unido cai, permitindo manter as taxas de juro diretoras nestes países.

Zona Euro

Em outubro, a inflação caiu para 2,9%, segundo o Eurostat (4,3% em setembro), ou seja, o menor nível em mais de dois anos.

Com os preços dos produtos energéticos a descerem acentuadamente (-11,2% em termos homólogos), o ritmo de crescimento dos preços está a esbater-se.

Alguns setores, como os serviços (+4,6%) ainda impulsionam a inflação, mas, de um modo geral, as pressões estão a diminuir: o elevado custo do crédito e a erosão do poder de compra pesam sobre o consumo das famílias e o investimento.

A taxa inflação ainda excede a meta de 2% do Banco Central Europeu, mas o abrandamento da procura deverá assegurar que a tendência descendente se mantenha.

Portanto, é provável que as taxas diretoras do BCE já tenham atingido os níveis máximos deste ciclo e poderão começar a descer em 2024.

Trata-se de uma boa notícia para a dívida soberana europeia, numa altura em que as taxas de juro começavam a aproximar-se de níveis desconfortáveis para os países mais endividados.

Não recomendamos fundos de ações da zona euro, mas para baixar o risco pode dedicar uma parte da carteira aos fundos de obrigações em euros.

Obrigações Euro médio prazo

iShares € Government Bond 3-7 year ETF Acc

Corretoras onde pode encontrar o ETF: Degiro, BiG, Banco Carregosa

Estados Unidos

Ajudada pela descida do preço do petróleo, a inflação em outubro foi de apenas 3,2% (3,7% em setembro).

Embora o indicador subjacente (excluindo energia e alimentos) ainda esteja em 4%, a interpretação dos investidores é que um novo aumento das taxas diretoras por parte da Fed é improvável, sendo esperado que o próximo movimento seja de baixa.

Nas obrigações, a yield a 10 anos, que tinha ultrapassado os 5% há algumas semanas, recuou para perto de 4,5%.

Quanto às ações, todos os mercados americanos reagiram em alta significativa, prolongando o bom momento iniciado este mês.

Crédito mais barato é uma boa notícia para as empresas, o consumidor e a economia americana como um todo.

Continuamos a manter uma elevada exposição aos mercados norte-americanos, quer através de fundos de ações, mas igualmente na dívida soberana.

Em menor medida dedicamos uma pequena parte das carteiras às obrigações high yield.

Ações dos Estados Unidos

iShares MSCI USA SRI ETF Acc

Corretoras onde pode encontrar o ETF: Degiro, Big, Best, XTB, Carregosa, ActivoBank

Reino Unido

Em outubro, a inflação homóloga ficou em 4,6% (6,7% no mês anterior). Excluindo energia e alimentos, ainda atinge 5,7%, mas esse facto não trava o entusiasmo dos investidores.

Perante estes números, diminuíram consideravelmente as hipóteses de novas subidas dos juros por parte do Banco de Inglaterra e antecipa-se um primeiro corte das taxas em 2024.

Até agora, a expectativa de um maior diferencial entre as taxas britânicas e as norte-americanas tinha suportado a moeda britânica, que permanece com uma pequena valorização de 1,5% em relação ao euro desde o início do ano.

Agora, a queda acentuada da inflação significa que um cenário de maior diferencial é improvável. A libra esterlina estagnou face ao euro na semana passada e o seu potencial de apreciação parece limitado.

À luz da conjuntura desafiante no Reino Unido, os fundos de ações britânicas são adequadas apenas para a carteira com perfis de risco mais dinâmicos.

Ações do Reino Unido

Xtrackers FTSE 100 ETF

Corretoras onde pode encontrar o ETF: Big, Carregosa

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