Nas últimas décadas, a China atingiu um crescimento económico exponencial e uma expansão industrial robusta, tornando-se a “fábrica do mundo”.
Mais recentemente, após investimentos consideráveis, passou a ser incontornável em setores em ascensão, tais como as energias renováveis, veículos elétricos e inteligência artificial.
Em termos de digitalização da economia é pioneira com as suas “superapps”. Além disso, a colossal dimensão do mercado interno e o surgimento de uma classe média com poder de compra criam uma base sólida para as empresas.
No entanto, é crucial não negligenciar os desafios para investir e operar na China.
Nos últimos anos, vários setores foram sujeitos a uma espiral regulatória de Pequim (tecnologia, fintech, videojogos, educação, imobiliário), com consequências muito nefastas para as valorizações em bolsa.
Acrescem as crescentes tensões com Washington, cuja evolução é preocupante.
Por seu turno, os Estados Unidos possuem um ambiente de investimento consolidado e diversificado, suportado por uma economia altamente desenvolvida.
A contínua e robusta cultura de inovação, um sistema legal sólido e a estabilidade das instituições políticas (apesar de frequentes percalços e impasses) atraem investidores de todo o mundo.
Setores-chave como tecnologia, saúde, finanças e energia oferecem oportunidades abundantes para investimentos e crescimento.
O mercado de consumo não está em forte expansão como num país emergente, mas o elevado poder de compra faz com que as decisões das famílias americanas continuem a ser determinantes para o sucesso da economia dos EUA e para qualquer empresa que pretenda ser global.
Argumentos para investir
No âmbito das estratégias de investimento da Proteste Investe, ambos os mercados devem estar presentes numa carteira diversificada.
Os seus trunfos podem complementar-se. Investir em fundos, ETF de ações, ignorando os Estados Unidos é, só por si, um risco. O peso deste mercado a nível global supera os 60%, e a grande maioria dos gigantes mundiais são norte-americanos.
Não é só uma questão de dimensão, é igualmente de liderança e inovação: Apple, Alphabet (Google), Microsoft, Meta (Facebook), Nvidia, Amazon, Tesla, são apenas alguns exemplos.
Mesmo que estas empresas possam não constituir, de momento, as melhores oportunidades de investimento para quem investe diretamente em bolsa, é quase impossível que a generalidade dos outros mercados possa florescer sem ser acompanhada por Wall Street.
Destacamos o fundo Ninety One GSF American Franchise e o ETF iShares MSCI USA SRI, que estão entre os mais bem classificados, com a vantagem de capitalizarem os rendimentos.
As vantagens do investimento na China são menos óbvias e, de momento, até difíceis de enumerar. Face às expectativas e perante o espetro de um agravamento da crise imobiliária, o dinamismo económico tem sido baixo.
Ao mesmo tempo, as limitações comerciais dos EUA iniciadas por Trump têm-se expandido e abrangem cada vez mais áreas.
Decorrem negociações entre os dois países para conter o problema, mas uma escalada das sanções não pode ser excluída.
Mais dependentes do mercado acionista americano, as cotações globais conseguem prosperar, apesar dos maus momentos das bolsas chinesas.
Mas se o peso financeiro da China (ainda) é reduzido, o económico é gigantesco. À medida que o país se afirma no palco regional e global, essa diferença tenderá a diminuir.
As empresas chinesas, além do vasto mercado interno e regional (Ásia), têm capacidade para serem líderes em mais setores.
Se acrescentarmos à equação o facto de as bolsas chinesas apresentarem rácios médios muito atrativos, fruto do pessimismo que penalizou as cotações, os fundos/ETF de ações chinesas merecem, pelo menos, uma “pequena atenção” da sua carteira.
Destacamos o fundo Fidelity China Focus.
EUA e China: características
China | Estados Unidos | |
População | 1,411,961,000 | 335,537,000 |
Esperança de vida à nascença | 75,5 anos | 79,3 anos |
PIB em USD | 19,373,586,000,000 | 26,854,599,000,000 |
PIB per capita (PPC) | 23,382 | 80,035 |
Exportações de bens USD | 873,365,000,000 | 488,527,000,000 |
Taxa de inflação | 2.00% | 4.50% |
Taxa de desemprego | 4.10% | 3.80% |
Investimento %PIB | 44.00% | 21.00% |
Défice público %PIB | -6.90% | -6.30% |
Dívida pública %PIB | 82.40% | 122.20% |
Balança corrente %PIB | 1.40% | -2.70% |
Bolsas | Xangai e Shenzhen | Nova Iorque e Nasdaq |
Capitalização em USD | 11,141,702,460,000 | 46,666,778,320,000 |
N.º de empresas | 5,061 | 5,829 |
Setores com maior peso | Índice MSCI China | Índice S&P500 |
Bens de consumo não essencial | Tecnologia | |
Comunicações | Saúde | |
Financeiro | Bens de consumo não essencial | |
Fontes: OCDE; FMI, WFE | ||
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