Porque o fim de 2025 é uma boa altura para reequilibrar o portefólio
Após um ano 2025 globalmente positivo e volátil na bolsa, os diferentes ativos presentes na carteira registaram desempenhos distintos. Com o passar do tempo, tal pode originar alterações significativas na estrutura do portefólio.
Por exemplo:
- no início do ano, o seu portefólio integrava 50% de ETF de obrigações e 50% de ETF de ações;
- durante o ano, as ações ganharam 10% e as obrigações perderam 10%
- o portefólio passa a ter uma distribuição de 45% de ETF de obrigações e 55% de ETF de ações. Portanto, tornou-se um pouco mais arriscado.
Estas alterações podem parecer reduzidas, mas com o tempo assumem dimensões acentuadas e podem afastar a carteira do objetivo com foi delineada.
- Se dispõe de vários anos pela frente, pode investir uma parcela maior em ações (diretamente ou através de fundos e ETF) para obter mais rentabilidade. O respetivo risco torna-se menos impactante ao longo do tempo.
- Se os seus objetivos são de curto prazo, convém ter mais ativos de menor risco em carteira (exemplo: fundos e ETF obrigações) porque atenuam as inevitáveis quedas que os mercados vão registando.
Uma alteração da sua situação pessoal, ou a proximidade do seu objetivo de investimento (compra importante, reforma…), constituem igualmente ocasiões para reequilibrar o portefólio e dar maior peso aos ativos mais seguros.
Portanto, o reequilíbrio permite repor a composição do seu portefólio em linha com os objetivos de rentabilidade e o nível de risco adequado ao seu perfil.
Regra dos 5%: quando deve reequilibrar o portefólio
Para evitar que o seu portefólio derive para um perfil de risco não desejado, basta vender uma parte dos ETF, fundos ou das ações cujo peso se tornou excessivo e reforçar os ativos cuja representação “encolheu”.
O reequilíbrio permite comprar os ativos com uma menor performance relativa a preços reduzidos, vendendo simultaneamente aqueles que registaram bom desempenho e que, por vezes, ficaram mais caros.
Na prática, pode aplicar-se a regra dos 5%. A regra dos 5% indica que se ajusta a composição do seu portefólio sempre que um ativo (ex.: ETF, ações, obrigações, ouro) se afaste mais de 5% do respetivo peso alvo inicial.
Por exemplo, se o seu portefólio integra 60% de ações e 40% de obrigações, procederá ao reequilíbrio, devido à evolução dos mercados, se a parcela de ações subir para 65% (vende para regressar aos 60%) ou descer para 55% (compra para regressar aos 60%).
Para evitar o risco de reagir em excesso durante períodos de elevada volatilidade, já que o limiar de 5% pode levar a reequilíbrios demasiadamente frequentes, pode assumir antes a fasquia 10%.
Com esta técnica simples, vende uma parte dos ativos que superaram as expectativas (e que representam agora um peso demasiado elevado) e usa o produto da venda para reforçar naqueles que obtiveram um menor desempenho.
Contudo, não deve confundir esta estratégia de reequilíbrio com a necessidade de comprar (ou vender) ativos porque as condições subjacentes do investimento se alteraram. Por vezes, será até recomendável vender os que tiveram pior desempenho simplesmente porque deixou de ser atrativo.
Um pequeno passo para reforçar o futuro financeiro
Cada operação pode gerar comissões de transação e impacto fiscal. Para limitar esses custos, pode rever a composição do seu portefólio anualmente e combinando com um limiar de 10%.
Fiscalmente, o final do ano também pode ser interessante realizar alguns outros ajustamentos à carteira.
Um portefólio reequilibrado fica mais diversificado, mais resiliente e alinhado com os seus objetivos de rentabilidade e de gestão do risco. Veja, por exemplo, a composição das três estratégias recomendadas pela DECO PROtest Investe.
Por fim, implementar este “acerto” anual cria uma disciplina que ajuda a controlar as emoções e a manter o foco na estratégia de longo prazo.
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