ETF da semana: como investir em terras raras
As terras raras são essenciais para as indústrias tecnológicas, de defesa, automóvel e para o setor energético
As terras raras são essenciais para as indústrias tecnológicas, de defesa, automóvel e para o setor energético
O nome de "terras raras" ou minerais críticos agrupa 17 elementos químicos (exemplos: escândio, neodímio, ítrio, entre outros). Apesar do nome, esses elementos não são necessariamente raros, embora sejam encontrados em concentrações baixas e misturados com outros minerais, o que torna a sua extração e separação complexa, de elevado custo e poluente.
As propriedades destes elementos são únicas, tornando-os componentes imprescindíveis para as indústrias tecnológicas, de defesa, automóvel e para o setor energético. Estão presentes, por exemplo, em telemóveis, computadores, painéis fotovoltaicos, baterias de veículos elétricos, turbinas eólicas, radares e sonares.
A China, responsável por mais de 90% da produção de terras raras, reforçou os controlos sobre a exportação de tecnologias relacionadas com o processamento destes metais, também designados metais críticos.
Pequim passou a exigir autorizações para a extração e refinação destes recursos estratégicos para a defesa, IA, entre outros, justificando-as com questões de segurança nacional. Esta decisão é, de certa forma, uma resposta às restrições impostas pelos Estados Unidos à exportação de certos semicondutores para a China.
Os beneficiários diretos são empresas chinesas como a China Northern Rare Earth Group e a Shenghe Resources, cujas cotações ganharam ainda mais terreno com este anúncio de Pequim.
Estas medidas surgem num contexto de crescente concorrência global pelo controlo das terras raras. Os Estados Unidos têm investido no setor, adquirindo recentemente 5 % da Lithium Americas, 10 % da Trilogy Metals e 15 % da MP Materials, reforçando o interesse neste mercado.
A Europa adotou a lei sobre matérias-primas críticas (“Critical Raw Materials Act”) para estimular a exploração, extração e refinação destes recursos no continente europeu e diversificar simultaneamente as fontes de importação.
O reforço dos critérios de segurança nacional nos abastecimentos de terras raras aumenta a atratividade do setor.
Contudo, tem um elevado nível de volatilidade devido naturalmente à dependência dos preços de diversos metais raros e à execução eficaz dos planos de crescimento das empresas. Várias destes grupos continuam a dar prejuízos e já enfrentaram períodos difíceis, com impacto nas cotações.
Se aceitar um risco acima da média pode investir uma pequena parte da carteira (até 5% do total) ao ETF VanEck Rare Earth and Strategic Metals (ISIN: IE0002PG6CA6). A China pesa 33% na carteira do ETF, seguida da Austrália com 24% e os EUA com 23%.
Ganho acumulado pelo ETF VanEck Rare Earth And Strategic Metals nos últimos seis meses.