Qual é o melhor ETF para investir em defesa?

O setor da Defesa tem beneficiado do aumento das tensões geopolíticas mundiais
O setor da Defesa tem beneficiado do aumento das tensões geopolíticas mundiais
A invasão da Ucrânia e a postura da administração Trump fizerem mudar o paradigma militar na Europa.
Infelizmente, em outras zonas do mundo, também aumentam as tensões: Taiwan, Mar da China, Sahel em África e o Médio Oriente (Israel, Líbano, Irão, Iémen e Síria) continuam a alimentar a necessidade de investimentos em Defesa.
Sabia-se que a eleição de Trump poderia acelerar os gastos com a Defesa pelos países europeus membros da NATO. De acordo com o Tratado devem investir, pelo menos, 2% do PIB.
No entanto, a Casa Branca adotou uma retórica anti-Europa muito mais agressiva, ao mesmo tempo que se aproxima da Rússia e tem pretensões territoriais na Gronelândia, Canadá e Panamá.
Independentemente da distância entre a retórica e a política efetiva dos EUA, o setor da Defesa continuará a beneficiar do aumento das tensões geopolíticas, sendo um mercado atrativo para quem não tem reservas éticas sobre este tipo de investimentos.
Após ter registado uma valorização de 21% em 2022, 17% em 2023 e 27 % em 2024, o setor da Defesa & Aeroespacial continua imparável e ganha mais 13% desde o início deste ano.
Embora os resultados das empresas ainda reflitam pouco a nova vaga de gastos militares, o volume crescente de encomendas prevê uma geração significativa de lucros a médio e longo prazo.
A invasão da Ucrânia marcou uma mudança profunda no pensamento militar do Ocidente, especialmente na Europa, com promessas de aumento nos orçamentos de defesa e áreas como a cibersegurança, o que impulsionará as vendas das empresas deste setor.
A Comissão Europeia e Alemanha até alteraram recentemente as suas regras orçamentais para facilitar os gastos com a Defesa
Com este enquadramento, um ETF dedicado à Defesa é uma boa opção para investir segundo uma abordagem setorial e a longo prazo. Naturalmente, é apenas viável se não tem preocupações éticas com este tipo de atividade.
Entre os poucos ETF disponíveis para o setor da Defesa, a maioria constrói as carteiras de investimento em conjunção com a atividade aeroespacial. É uma ligação esperada, dado que inúmeras empresas operam nas duas áreas, sendo a Boeing e Airbus dois casos paradigmáticos.
É o caso dos ETF Invesco Aerospace & Defense, iShares US Aerospace & Defense e SPDR S&P Aerospace & Defense.
No entanto, já existe um ETF mais focado e adequado para a Defesa, VanEck Defense (ISIN: IE000YYE6WK5).
Este ETF está muito mais centrado na Defesa, selecionando apenas empresas com um mínimo de 50% das vendas na área militar. Esta abordagem evitou, por exemplo, os problemas da Boeing e permitiu resultados assinaláveis.
Por exemplo, nos últimos doze meses valorizou 51%, contra 23% da média dos ETF concorrentes que englobam a defesa & aeroespacial. Além disso, embora aposte maioritariamente em empresas norte-americanas (52% da carteira) o ETF VanEck Defense não descura outras regiões onde há boas oportunidades. Os restantes ETF estão totalmente focados nos EUA.
De salientar que o ETF VanEck Defense capitaliza automaticamente os rendimentos obtidos, o que é mais eficiente em termos fiscais quando se investe a longo prazo. Este ETF está disponível em corretoras como a Degiro, XTB, Banco Invest e ActivoBank.