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Dividendos: o que são e quanto pode ganhar
Há um ano - 18 de maio de 2021Os acionistas, por norma, não têm direito a um rendimento fixo. O que recebem, na forma de dividendos, depende dos lucros realizados e da política de distribuição adotada pela empresa.
Cabe à Assembleia Geral de acionistas da empresa, sob proposta da administração, decidir sobre a distribuição de dividendos em cada exercício. Se os resultados do ano tiverem sido favoráveis e a empresa não necessitar de dinheiro para, por exemplo, efetuar investimentos, os dividendos a distribuir poderão ser elevados.
Se os resultados forem menos bons, ou mesmo negativos, ou se a empresa decidir constituir reservas significativas, o acionista terá de se contentar com um rendimento reduzido (ou, eventualmente, nulo).
Há empresas que, apesar de terem tido prejuízos num determinado ano, conseguem, mesmo assim, distribuir dividendos, graças a uma cautelosa política de constituição de reservas, enquanto outras não oferecem qualquer tipo de rendimento durante anos.
As várias formas dos dividendos
Hoje em dia, a maioria dos dividendos são creditados diretamente na conta do investidores e, regra geral, são pagos uma vez por ano. A distribuição é feita, normalmente, após a divulgação dos resultados do ano anterior, que ocorre até final de abril. Contudo, há exceções. Muitas empresas norte-americanas pagam dividendos trimestralmente. É o caso da Apple, Intel, Pfizer, Walmart, entre outras.
Outra possibilidade para a distribuição de dividendos é a empresa efetuar o pagamento através da emissão de novas ações, efetuando para isso um aumento de capital. É o caso da espanhola Telefónica.
Por fim, é ainda possível dar a escolher ao acionista entre receber os dividendos em dinheiro ou através de novas ações. Em 2021, as empresas holandesas PostNL e Philips optaram por esta via. Neste caso, dependendo do rácio de atribuição das novas ações e das perspetivas futuras da empresa em causa, o investidor deverá tomar a sua decisão.
O ex-dividendo
Para ter direito aos dividendos pagos pelas empresas cotadas em bolsa, o investidor necessita de comprar as ações, pelo menos, quatro dias úteis antes da data valor (data efetiva) de pagamento de dividendos. Assumindo que uma empresa paga a 6 de maio, quinta-feira, o dia do ex-dividendo será 4 de maio (terça-feira), pelo que terá de comprar até dia 3, segunda-feira.
Isto sucede porque, no terceiro dia útil antes da data valor, as ações da empresa em causa iniciam o período de cotação designado por ex-dividendo.
Na prática, trata-se da data a partir da qual as ações são transacionadas já sem conferirem o direito relativo ao pagamento de dividendos. Nesse dia, a cotação da ação cai, num valor aproximado ao do dividendo, porque quem adquire a ação a partir do dia ex-dividendo (ou seguintes) já não tem direito ao dividendo. Logo, não faz sentido pagar por algo que não irá receber.
É claro que a cotação não cai exatamente pelo montante do dividendo porque é afetada pelos habituais movimentos do mercado. É mesmo possível que a cotação suba no dia de ex-dividendo, mas tal dever-se-á a outros fatores que não o dividendo em si.
Imaginemos que uma ação está cotada a 10 euros, antes do pagamento de um dividendo de 0,60 euros. Três dias úteis antes deste ser pago, a cotação ajustará para perto dos 9,40 euros. Isto, em teoria, porque a cotação pode sempre sofrer outras influências, de acordo com as perspetivas de evolução da empresa ou devido a fatores externos.
Rácio Dividendo/Cotação (dividend yield)
A forma mais usual de medir a rentabilidade dos dividendos de uma empresa é através da sua comparação com a cotação da ação. É o que se designa pelo termo anglo-saxónico dividend yield. Salvo algumas exceções, nos períodos em que a bolsa está em alta, o rendimento médio dos dividendos diminui e vice-versa.
Como calcular os dividendos?
Para o acionista é importante conhecer o rendimento estimado para os anos seguintes, já que isso permite ter uma ideia do que se pode esperar do investimento. É por isso que, são divulgadas regularmente as estimativas dos lucros e dividendos por ação das empresas.
Por exemplo, em meados de 2021, estimava-se que a EDP distribuísse um dividendo para esse ano (e pago em 2022) de 0,137 euros por ação. Nessa altura, a cotação da bolsa das ações rondava os 4,38 euros. Feitas as contas, poder-se-ia esperar um rendimento de aproximadamente 3,1%.
(0,137 euros : 4,38 euros) x 100 = 3,1%
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