Disney, Generali, GIMV, Nvidia
Autor: Análise da equipa internacional de analistas da Euroconsumers
Disney com crescimento acima de 10%
Autor: Análise da equipa internacional de analistas da Euroconsumers
Disney com crescimento acima de 10%
Disney
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O exercício 2024-25 da Disney terminou com +3% de receitas e +19% do lucro por ação. Após três trimestres superiores às previsões, o quarto dececionou.
O crescimento das receitas foi nulo e o lucro operacional, que aumentou 12% no conjunto do exercício, contraiu 5%. O lucro líquido recuou 3%. A televisão (ABC, Disney Channel), 17% do lucro operacional, está em declínio estrutural pressionada pelo Netflix e outros.
Porém, esta evolução foi quase totalmente compensada pela expansão das próprias atividades de streaming (Disney+ e Hulu) rentáveis desde o terceiro trimestre do exercício 2023-2024 e que continuam a ganhar assinantes (195,7 milhões, +12% num ano).
Os estúdios de cinema terminaram o trimestre no vermelho por falta de grandes sucessos. O último trimestre de 2024 tinha atingido níveis recorde graças aos filmes Inside Out 2 e Deadpool & Wolverine.
Para 2025-2026 e 2026-2027, continuamos a prever um crescimento de dois dígitos do lucro por ação. No entanto, o primeiro trimestre do próximo exercício será fraco em estreias de cinema e impactado, embora de forma menos pronunciada, pelos custos de lançamento de 2 novos navios de cruzeiro (passarão a ser 8 embarcações).
Os dois motores de crescimento, parques temáticos e o streaming, tiveram um bom ano e mantêm uma orientação positiva.
Generali
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A Generali concluiu a integração legal das sociedades adquiridas à Liberty em Espanha e Portugal. A maior operação dos últimos dez anos da seguradora já produziu efeitos positivos nos resultados e reforçou a presença da Generali na Península Ibérica.
A Generali registou um crescimento sólido nos primeiros nove meses de 2025, com um aumento dos prémios e uma melhoria acentuada do resultado operacional, sobretudo no segmento Não-Vida. Os resultados alinham-se com os objetivos estratégicos.
GIMV
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Após o aumento de capital realizado no início do ano, no primeiro semestre do exercício (fecho anual a 31 de março), a GIMV investiu 317 milhões de euros. Este montante incluiu quatro novas participações, dois investimentos de “seguimento” e algumas aquisições complementares.
O valor do portefólio aumentou cerca de 20%, passando de 1,6 mil milhões para quase 2 mil milhões de euros. Este crescimento deveu-se a mais-valias significativas em participações vendidas (150 milhões) e a revisões em alta da valorização de participações detidas (empresas cujo volume de negócios aumentou, em média, 6,8% e cujo EBITDA cresceu 6,3%) apesar da conjuntura difícil.
A rentabilidade semestral do portefólio atingiu 9,5%. Portanto, a GIMV está no caminho certo para alcançar o objetivo anual, já anteriormente revisto em alta para 17,5%.
O lucro trimestral por ação fixou-se em 3,44 euros e o valor intrínseco por ação aumentou de 53,30 euros no final de março para 53,90 euros no final de setembro, o que representa uma subida de 6,3% incluindo o dividendo distribuído de 2,60 euros.
Com a robusta posição de tesouraria (439 milhões de euros), a GIMV tem capacidade para reforçar ainda mais o seu portefólio.
A GIMV está bem posicionada para cumprir os seus objetivos no conjunto do ano e trabalha intensamente na estratégia de crescimento enquanto apresenta resultados muito bons.
Os atuais investimentos significativos produzirão efeitos dentro de alguns anos. A cotação continua, no entanto, 18,4% abaixo do seu valor intrínseco, o que é injustificado. A ação é também atrativa pelo dividendo.
Nvidia
Manter
O gigante dos semicondutores superou novamente as previsões mais otimistas. No terceiro trimestre de 2025/26, o volume de negócios disparou 62%, marcando uma aceleração após vários trimestres de abrandamento.
A Nvidia estima +65% para o trimestre em curso, salientando que a procura pelos seus processadores para centros de dados é tão elevada que não consegue acompanhar o ritmo.
Numa corrida para apresentar os melhores modelos de IA generativa, os principais clientes da Nvidia investem de forma massiva. Esta tendência manter-se-á em 2026 antes de um provável abrandamento.
Para consolidar a posição dominante nos processadores e reforçar a sua rede, a Nvidia multiplicou parcerias e participações em protagonistas da IA generativa (OpenAI, xAI, Anthropic).
Só a margem bruta desiludiu (73,6% contra 75% há um ano), mas foi atenuada pelo objetivo de 75% para o trimestre em curso e o exercício 2026/27. Revemos em alta as previsões de lucro por ação: 4,65 dólares em 2025/26 (antes 4,3 dólares) e 7,2 dólares em 2026/27 (antes 5,6).
Resultados, previsões e procura superam as estimativas e a Nvidia não identifica sinais de bolha na IA. Apesar da valorização acentuada, a ação não parece sobrevalorizada tendo em conta as fortes perspetivas de crescimento dos lucros.