Amorim: lucro nos 9 meses de 2025 cai 4,5%
A Corticeira Amorim registou uma redução significativa da dívida remunerada líquida
A Corticeira Amorim registou uma redução significativa da dívida remunerada líquida
A Corticeira Amorim divulgou resultados para os primeiros nove meses de 2025, num cenário marcado pela queda da procura dos produtos vendidos pela corticeira. O resultado líquido foi de 45,7 milhões de euros (0,34 euros por ação). Este valor representa uma queda de 4,5% face aos mesmos nove meses de 2024.
As vendas consolidadas atingiram 676,5 milhões de euros, uma queda de 6,8% face ao período homólogo.
O EBITDA acumulado nos primeiros nove meses também sofreu uma queda de 7,9%, recuando de 127,6 para 117,6 milhões de euros.
Apesar desta queda, a margem EBITDA manteve-se relativamente estável, em 17,4%, apenas ligeiramente abaixo dos 17,6% do mesmo período do ano anterior. Isso reflete a capacidade da empresa de mitigar parte dos efeitos negativos através de eficiências operacionais.
Em termos de posição financeira, a empresa registou uma redução significativa da dívida remunerada líquida: ao final de setembro de 2025, a dívida líquida era de 99,2 milhões de euros, muito abaixo dos 195,7 milhões de euros registados no final de 2024.
Essa diminuição da dívida foi possível graças a uma forte geração de cash flow livre, estimada em 153,5 milhões de euros, que permitiu cobrir pagamentos de dividendos (42,6 milhões de euros) e investimentos em ativos fixos (24,6 milhões de euros).
Os resultados da Corticeira nos primeiros nove meses do ano evidenciam um desempenho resiliente, mas não imune à pressão do mercado criada pelas alterações no comércio internacional e pelas tensões geopolíticas.
A queda no lucro e nas vendas reflete desafios relevantes — desde custos da matéria-prima até ajustes no mix de produto —, apesar disso, a empresa responde com estratégia: redução de dívida, reorganização de operações e foco em eficiência
Os resultados da Corticeira Amorim para os primeiros nove meses de 2025 refletem um ambiente particularmente desafiador. A empresa aponta para:
- Um contexto adverso de mercado, com incertezas geopolíticas e alterações nas cadeias comerciais, que têm afetado os volumes e o “mix” de produto.
- Pressão sobre os custos da matéria-prima cortiça. Os maiores preços de consumo da cortiça penalizaram a rentabilidade, embora a qualidade dos lotes tenha melhorado, o que ajudou a amortecer o impacto negativo.
- A reorganização da estrutura da empresa: a criação e reforço da Amorim Cork Solutions (que integra vários segmentos) foi uma aposta estratégica para otimizar sinergias entre “não rolha” (flooring, composites, isolamento), o que está a gerar ganhos operacionais, mas também custos de reestruturação.
Os resultados da Corticeira Amorim nos primeiros nove meses de 2025 evidenciam um desempenho resiliente, mas não imune à pressão de mercado.
A queda no lucro e nas vendas reflete desafios relevantes — desde custos da matéria-prima até ajustes no mix de produto —, mas a empresa responde com estratégia: redução de dívida, reorganização das operações “não rolha” e foco em eficiência.
A generosa geração de caixa, aliada à estrutura financeira mais saudável, reforça a capacidade da Amorim de atravessar este período e preparar-se para retomar o crescimento.
Apesar de a empresa apresentar uma estrutura robusta o suficiente para fazer face às pressões atuais, revemos em baixa as nossas estimativas de lucros para 2025 para 0,51 (antes 0,60) e para 2026 0,52 (antes 0,66). Mantenha.