ArcelorMittal, Chevron, Merck
Autor: Análise da equipa internacional de analistas da Euroconsumers
A Chevron apresenta plano para 2026-2030 sem surpresas
Autor: Análise da equipa internacional de analistas da Euroconsumers
A Chevron apresenta plano para 2026-2030 sem surpresas
ArcelorMittal
Manter
A ArcelorMittal publicou resultados trimestrais positivos. O volume de negócios aumentou 3% face a 2024 e o EBITDA (-4,6%) superou ligeiramente as expectativas, um bom sinal num trimestre tradicionalmente mais fraco.
A ArcelorMittal beneficia do dinamismo do mercado norte-americano, mas na Europa os resultados também se mantiveram robustos. A administração adota finalmente um tom mais otimista a médio/longo prazo, assente na procura da Defesa e das infraestruturas, após a decisão da Europa de defender o seu mercado.
Estas decisões, ainda não aplicadas, podem aumentar a rentabilidade da ArcelorMittal na Europa (30% do EBITDA). O impacto será positivo nas margens graças à recuperação da taxa de utilização das fábricas europeias, dado que a siderurgia tem custos fixos elevados.
No entanto, o grupo permanece muito conservador para o quarto trimestre na Europa, onde a pressão sobre os preços continua acentuada. A exposição aos mercados indiano, brasileiro e norte-americano constitui uma vantagem.
A ArcelorMittal assumiu o controlo de 100% da Calvert nos EUA, especializada em revestimentos, galvanizados e outros, destinados à indústria automóvel. A possibilidade de uma intervenção da Europa para defender o mercado interno do aço reacendeu o interesse pela ação da ArcelorMittal.
Chevron
Manter
A petrolífera Chevron apresentou o plano 2026-2030. Não houve surpresas, mantendo a prioridade no aumento anual mínimo de 10% da liquidez (após investimento) e continuar a remunerar os acionistas (18 mil milhões de dólares nos primeiros nove meses de 2025).
A Chevron não reforçou os objetivos de remuneração, algo que agradaria aos investidores. Para ajudar a cumpri-los, o intervalo de investimento diminui ligeiramente, ainda que o custo de exploração aumente. A Chevron estima uma progressão anual mínima de 10% do lucro por ação, assumindo o Brent a 70 dólares (agora perto de 64 dólares).
A hipótese é razoável, mesmo com a procura a aumentar apenas 13% até 2050 segundo as projeções da AIE. Para impulsionar os lucros e a liquidez, a Chevron aposta na expansão anual de 2%-3% da produção de hidrocarbonetos, alinhando-se com a Exxon.
As principais zonas de extração continuarão a crescer, incluindo a Bacia do Pérmico, Guiana, Golfo do México e a Austrália, no gás, petróleo e LNG.
Tal como os seus concorrentes, a Chevron precisa de aumentar a produção para gerar cash. Contudo, ao fazê-lo, contribui para alimentar o risco de excesso de oferta que paira sobre o mercado e que continua a penalizar o preço do crude. O plano 2026-2030, focado na remuneração dos acionistas, não será suficiente para relançar a cotação.
Merck
Manter
A Merck vai gastar uma quantia elevada para comprar a biotecnológica norte-americana Cidara, que desenvolve um tratamento de prevenção da gripe.
Designado CD388, acaba de entrar na fase final de desenvolvimento clínico e obteve o estatuto de “descoberta terapêutica”, o que acelera uma eventual comercialização.
Este produto apresenta a particularidade de não ser uma vacina. Como a eficácia não depende do sistema imunitário é uma vantagem indiscutível para pessoas com sistema imunitário fraco ou inexistente (recém-nascidos, imunodeprimidos e idosos). A compra deverá ser finalizada no primeiro trimestre de 2026.
A Merck vai pagar 221,5 dólares por ação em dinheiro (prémio de 109%) num valor total de cerca de 9,2 mil milhões de dólares. Um preço elevado e ao nível dos desafios.
A Merck precisa de reforçar o pipeline para enfrentar a expiração, a partir de 2028, das patentes do medicamento oncológico Keytruda (48% do volume de negócios).
Apesar de dececionantes, as vendas do Keytruda ainda progrediram 8% no terceiro trimestre, excluindo efeitos cambiais, o que compensou amplamente a queda persistente das vendas da vacina Gardasil na China.
Depois da Verona Pharma em julho, a Merck prossegue esforços onerosos para obter novas fontes de crescimento antes das perdas de patentes do Keytruda.