Bayer
Vender
Com uma performance melhor do que o previsto na divisão farmacêutica no primeiro semestre, a Bayer reviu em alta as previsões. A Bayer espera agora, para 2025, vendas entre 46 e 48 mil milhões de euros (anteriormente 45 a 47 mil milhões) e um EBITDA, antes de itens excecionais, entre 9,77 e 10,2 mil milhões de euros (antes 9,5 a 10 mil milhões).
No entanto, a Bayer apresentou prejuízo no segundo trimestre devido a encargos relacionados com litígios sobre o glifosato, uma ameaça que permanece, apesar dos esforços para mitigar o risco até final de 2026. Além disso, a Bayer continua a ser penalizada pelos efeitos cambiais e encontra dificuldades em reduzir o endividamento.
Disney
Comprar
Tal como no segundo trimestre do exercício de 2024-2025, encerrado a 30 de setembro, a Disney voltou a superar as expectativas do mercado no terceiro trimestre. O volume de negócios aumentou 2% e o lucro por ação mais do que duplicou para 2,92 dólares. Excluindo itens excecionais, cresceu 16% para 1,61 dólares por ação, suportado pelos parques temáticos e pelos serviços de streaming, enquanto a televisão continuou a perder relevância.
Com estes resultados, a Disney reviu em alta as metas para o exercício completo. Excluindo itens excecionais, espera agora um lucro por ação de 5,85 dólares, mais 18% em termos anuais. Nos primeiros nove meses do ano, o lucro por ação, excluindo itens excecionais, aumentou 26% para 4,82 dólares.
Paralelamente, a Disney anunciou um importante acordo para ampliar a colaboração com a NFL. Em troca de programas adicionais e da integração de conteúdos da NFL na oferta de streaming da Disney, a NFL receberá uma participação de 10% na ESPN, a filial desportiva da Disney.
Swatch
Manter
No final de julho, a indústria relojoeira suíça sofreu um choque inesperado: os Estados Unidos decidiram impor tarifas de 39% sobre as importações suíças, uma medida sem precedentes que afeta sobretudo o segmento de relógios de luxo, incluindo a Swatch Group. Este aumento significativo, muito acima dos 10%, entrou em vigor a 7 de agosto de 2025, provocando reação imediata na bolsa e entre os operadores do setor.
As ações da Swatch destacaram-se entre as mais penalizadas, caindo para níveis próximos dos 160 francos registados em julho. A administração respondeu rapidamente, apelando à diplomacia e solicitando a intervenção do governo suíço. Paralelamente, a Swatch procurou mitigar o impacto nas lojas americanas, recorrendo ao inventário já presente nos Estados Unidos e acelerando o envio de mais stock para antecipar os efeitos das novas tarifas.
O impacto económico é significativo: quase um quinto do volume de negócios de 2024 da Swatch veio do mercado norte-americano. O setor enfrenta pressão adicional devido às oscilações cambiais – apreciação do franco suíço face ao dólar – e à subida acentuada do preço do ouro, componente essencial em alguns modelos. Antes desta medida, a Swatch já tinha aumentado entre 5% e 10% os preços de certas linhas para compensar estas alterações.
É provável que os preços de venda nos Estados Unidos subam entre 12% e 22%, transferindo parte dos custos acrescidos para o consumidor final. A procura local pode abrandar, sobretudo nos segmentos médios mais sensíveis ao preço. Os consumidores podem recorrer mais ao mercado de segunda mão, beneficiando de menor taxação e de maior atratividade à medida que os preços dos modelos novos aumentam.
Porém, a Swatch aposta na resiliência da procura: muitos consumidores tendem a antecipar compras, efeito que poderá atenuar o impacto inicial. Ainda assim, persistem incertezas. A administração precisa decidir quanto do custo absorver internamente e quanto repercutir no mercado, mantendo em paralelo esforços diplomáticos em Washington para reduzir a tarifa.
A tarifa de 39% é um desafio sério para a Swatch, que precisa articular estratégias de preços, logística e diplomacia económica. Se o mercado norte-americano abrandar, o impacto refletir-se-á nos resultados e na imagem da marca. A forma como esta fase for gerida poderá definir não só o equilíbrio de curto prazo como também o posicionamento competitivo global da Swatch.
Revimos novamente as estimativas de lucro para 2025, de 3,5 para 2,5 francos suíços. Mantemos, para já, as previsões para 2026 (5 francos suíços) e para 2027 (7 francos suíços). Consideramos que a valorização em bolsa permanece adequada, pelo que não alteramos o conselho.