American Express: deve investir?
Autor: Análise da equipa internacional de analistas da Euroconsumers

Conhecida pelos cartões de crédito premium, a Amex é uma empresa norte-americana especializada em pagamentos e serviços financeiros.
Autor: Análise da equipa internacional de analistas da Euroconsumers
Conhecida pelos cartões de crédito premium, a Amex é uma empresa norte-americana especializada em pagamentos e serviços financeiros.
Os bons resultados da American Express justificam o rácio cotação/lucro de 17, em linha com a sua média histórica. As perspetivas são positivas, desde que a economia dos EUA não entre numa recessão prolongada, o que é improvável.
A Amex mantém uma política dinâmica de compra de ações próprias. Com um nível de risco inferior à média, é também interessante para reduzir o risco global da carteira. O nosso conselho é Comprar.
Conheça melhor o negócio da American Express.
Conhecida pelos cartões de crédito premium, a Amex é uma empresa norte-americana especializada em pagamentos e serviços financeiros.
A Amex atua em mais de 200 países e tem uma rede de 100 milhões de comerciantes. Oferece produtos e serviços de gama alta a consumidores e empresas, como o acesso privilegiado a eventos culturais, desportivos e musicais, convites para eventos privados, organização de viagens, bilheteira, reservas de restaurantes…
As comissões dos cartões são elevadas, o que restringe a clientela ao segmento premium.
Ao contrário da Visa e da Mastercard, a Amex emite diretamente os seus cartões, assumindo o risco financeiro e fazendo a ligação entre o comerciante e o titular do cartão.
A Amex tem conseguido crescer de forma consistente. Por exemplo, o volume de transações com os seus meios de pagamento aumentou 7% nos EUA em 2024 (+10% em 2023) e na área Internacional cresceu 14% (+18% em 2023).
O crescimento junto dos particulares tem sido acentuado. Já as receitas provenientes das empresas têm crescido menos nos últimos trimestres, devido à prudência nas despesas num contexto de desaceleração económica.
Para crescer, a Amex concentra o marketing nos Millennials (nascidos entre 1980 e 1994) e na geração Z (entre 1995 e 2009). Em 2023, 50% dos novos utilizadores de cartões Amex pertenciam a uma destas duas gerações. Embora gastem menos do que as gerações anteriores, é uma aposta na fidelização. O reverso da medalha é que estas gerações, com menos património, podem reduzir os gastos em caso de recessão e perda de poder de compra.
A Amex vê o mercado internacional como motor de crescimento, onde a sua quota de mercado é ainda reduzida: 11% no México, 7% na Austrália, 6% no Reino Unido e 4% no Canadá. A cobertura internacional pode melhorar com parcerias com bancos ou companhias aéreas.
Ao focar-se numa clientela premium, a Amex é menos sensível às variações económicas porque estes clientes mantêm mais o nível de consumo. Ainda assim, não está imune a crises profundas que afetem as viagens, restauração e provoquem correções prolongadas nas bolsas.
A Amex tem de gerir o seu risco de crédito com provisões para perdas por incumprimento. No primeiro trimestre, registou provisões de 1,2 mil milhões de dólares, ligeiramente abaixo dos trimestres anteriores.
Para manter a clientela premium, a Amex precisa garantir um serviço de elevada qualidade e uma experiência exclusiva, o que implica custos crescentes. Mas se forem repercutidos nos clientes, podem fragilizar a fidelização.
Por fim, a Apple Pay e a Google Pay representam uma forma de concorrência, ao alterarem os hábitos de pagamento para o mobile. Contudo, também funcionam como canais complementares que ampliam o uso dos cartões da Amex. De facto, a verdadeira concorrência vem de outros emissores de cartões.