Análise

BP, Euronav, Novartis

Publicado em:  04 janeiro 2024
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Últimas novidades sobre as ações estrangeiras da nossa seleção.

BP
Vender

A petrolífera britânica continua à procura de rumo para navegar em águas agitadas. A BP ainda não deu indicação sobre quem irá substituir o CEO demitido em setembro. O candidato terá de seguir a estratégia atual do grupo, o que limita o seu poder de decisão. A estratégia atual ainda levanta muitas questões. Tal como a concorrente Shell, a BP está a reduzir os investimentos em energias renováveis a favor dos hidrocarbonetos. As renováveis têm uma rentabilidade dececionante e a procura mundial de hidrocarbonetos continua elevada.

Enfraquecida pela perda dos ativos na Rússia, a BP precisa comunicar melhor as metas de crescimento e rentabilidade no petróleo e gás. A Shell e A TotalEnergies estão a expandir-se no gás, enquanto Exxon e a Chevron crescem nos Estados Unidos e na Guiana. A manutenção de uma política atrativa de dividendos, a redução da dívida, o investimento na produção verde e crescente de hidrocarbonetos são demasiado vagos no momento atual. Estas questões e a ausência de um novo CEO explicam o fraco desempenho da cotação face ao setor. 

A cotação da BP recuou 1,8% em 2023 e ficou aquém do desempenho dos concorrentes europeus como a TotalEnergies (+5%) e Shell (+12,5%). O vácuo na liderança aumenta as preocupações com o crescimento.

Euronav
Manter

O armador anunciou a aquisição da CMB. TECH por 1,15 mil milhões de euros. A CMB.TECH tem uma frota de baixas emissões e de carbono zero (106 navios no total, 46 dos quais ainda estão por construir). A empresa também desenvolve infraestruturas e aplicações marítimas e industriais amigas do ambiente. A Euronav financiará a aquisição através da venda de parte dos seus VLCC à Frontline. A operação insere-se na nova estratégia, que visa diversificar e otimizar a frota, bem como torná-la mais sustentável.

Novartis
Comprar

A Novartis reviu em alta as suas perspetivas para as vendas a médio prazo. Agora, estima um aumento médio de 5% ao ano (excluindo efeitos cambiais) durante o período 2022-2027 (antes 4%). Além disso, visa atingir uma margem operacional (EBIT ajustado) de 40% até 2027 (35,1% em 2022 e 36,9% nos primeiros nove meses de 2023).

Para alcançar essas metas, a farmacêutica suíça conta principalmente com alguns produtos “estrela” já no mercado, como o Kesimpta (esclerose) e os anti-cancerígenos Kisqali e Pluvicto. Em menor grau também contribuirão para este objetivo cerca de 15 novos medicamentos promissores, para os quais deverão ser apresentados pedidos de aprovação no período 2024-2027. Esses tratamentos continuarão a suportar o crescimento após 2027 e serão reforçados com produtos adicionais vindos do pipeline. Ao todo, a Novartis possui um dos melhores pipelines do setor, com 103 projetos. Um trunfo importante para lidar com a perda de patente em vários medicamentos rentáveis até ao final da década. 

Nada de particularmente novo na estratégia e na perspetiva da Novartis. Continuamos positivos e consideramos que a ação está atrativa e deve beneficiar com o lançamentos de produtos promissores nos próximos anos.

 

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