A Impresa anunciou perdas semestrais de 0,01 euros por ação, face a um lucro de 0,02 euros obtido em igual período de 2021. A nível operacional, o grupo foi afetado de duas formas.
Por um lado, os custos subiram 3,6%, devido ao aumento dos preços (energia, papel…), à cobertura da guerra na Ucrânia e à resposta ao ataque informático sofrido em janeiro. Por outro, as receitas caíram 4,2%, devido à menor subscrição dos canais temáticos e ao facto de alguns sites do grupo terem estado inativos.
Pela positiva, as receitas de publicidade subiram 1,3%, a beneficiar do facto da SIC ser líder de audiências. Tudo somado, o EBITDA recuou 62%.
A estratégia da Impresa está alicerçada em dois vetores. O primeiro, mais difícil de cumprir devido ao declínio estrutural dos media tradicionais, é o crescimento das receitas, procurando consolidar a liderança da SIC e do Expresso e apostar no digital e novos projetos.
O segundo, no qual tem tido sucesso, é continuar a reduzir a dívida, sobretudo nesta altura de subida acentuada das taxas de juro.
Baixámos as estimativas de lucros por ação, de 0,07 para 0,02 euros, em 2022 e de 0,07 para 0,03 euros em 2023.
Conselho
Após os bons números de 2021, o primeiro semestre foi negativo. A deterioração do clima económico, a juntar a uma conjuntura setorial já bastante desafiante não são boas notícias, mas já estão incorporadas na cotação.
Cotação à data da análise: 0,16 euros