A Cofina obteve lucros semestrais de 0,03 euros por ação, mais 67,1% face a igual período de 2021.
O resultado superou um pouco as previsões devido à melhoria de 65,5% a nível financeiro (aumento da contribuição das empresas associadas).
A nível operacional, as receitas cresceram 5,9%, graças às receitas publicitárias (+22,3%) sobretudo da CMTV. Contudo, as de circulação desceram 7,5%.
Já os custos aumentaram 7,1%, dada a inflação (alta de preços do papel, eletricidade e combustíveis) e as despesas com a cobertura da guerra na Ucrânia. Assim, o EBITDA do grupo subiu apenas 0,3%.
Apesar do sucesso da CMTV a nível das audiências, nos últimos 5 anos, as receitas da Cofina caíram 24% e não se prevê que a tendência se inverta.
O grupo tem adaptado a sua estrutura de custos, mas a forte concorrência das redes sociais e dos grandes players de Internet alterou os hábitos de consumo das pessoas e obrigará o setor a ter de se reinventar.
O elevado peso da imprensa escrita no seio do grupo (74% das receitas) é uma dificuldade adicional, já que este é o segmento mais afetado. Mantemos as estimativas de lucros por ação de 0,05 euros em 2022 e 2023.
Conselho
Os resultados semestrais foram positivos, mas a degradação da conjuntura económica agudizará as dificuldades do grupo, que falhou as tentativas de crescimento via aquisições.
Cotação à data da análise: 0,24 euros