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Taxa base dos Certificados de Aforro desce para 1,987% em agosto

homem a descer com guarda chuva

Os Certificados de Aforro são uma boa opção para ir aplicando as poupanças de forma regular

Publicado em: 01 agosto 2025
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Os Certificados de Aforro são uma boa opção para ir aplicando as poupanças de forma regular

Desde abril que a taxa base dos Certificados de Aforro não para de descer devido à queda da Euribor. Com a estabilização da Euribor, as descidas deverão ser mais lentas.

A série F foi lançada em junho de 2023, envolta em alguma polémica, já que trouxe algumas alterações pouco favoráveis ao aforrador. A DECO PROteste foi uma das entidades que mais criticou a nova série, pois apresenta um rendimento inferior – no máximo, 2,5%, maturidade mais longa (15 anos) e prémios de permanência que foram reduzidos para metade nos primeiros 9 anos, face à série anterior (série E).  

Nos meses que se seguiram, os montantes aplicados foram sucessivamente encolhendo e apenas nos últimos 5 meses se tem verificado uma inversão dessa tendência. Provavelmente devido à descida das taxas dos depósitos, em geral, e também devido ao alargamento dos locais de subscrição dos Certificados de Aforro (Banco BiG e APP dos CTT). 

A taxa base da série F é determinada mensalmente no antepenúltimo dia útil do mês, para vigorar durante o mês seguinte, segundo a fórmula: E3 em que E3 é a média dos valores da Euribor a três meses observados nos dez dias úteis anteriores, sendo o resultado arredondado à terceira casa decimal. A taxa base não poderá ser superior a 2,5% nem inferior a 0%.

Depois de um longo período em 2,5% bruta, em abril deste ano começou a cair (2,415%); em maio a descida foi ainda maior (2,216%); em junho, volta a cair, para 2,07%; em julho a queda já foi menos acentuada (2,011%) e em agosto caiu apenas 0,024%, passando agora para 1,987% bruta.   

Série anterior está a render até 4,4%, mais do dobro da série atual 

Em termos líquidos, a série F, atualmente em comercialização, rende agora 1,4%, ou seja, bastante abaixo da inflação prevista para este ano (1,9%, segundo a estimativa mais recente do Banco de Portugal). Assim, estes títulos não lhe garantem uma valorização real das poupanças, tal como também acontece com a generalidade dos depósitos.  

A exceção são as séries antigas de Certificados de Aforro: em agosto, a série A e B rendem 3,1% líquidos, a série B subscrita depois de junho de 1989 rende 3,1% bruta (2,2% líquida); a série D rende 4% bruta (2,9% líquida); e a série E rende entre 3,4% e 4% bruta, consoante o ano de subscrição (ou seja, 2,5% a 2,9% líquida). Estas sim, garantem um rendimento acima da inflação estimada. Assim, se tem alguma das séries anteriores, deverá manter! 

As taxas de juro poderão continuar a descer nos próximos meses. No entanto, já não são esperados muitos mis cortes na taxa diretora pelo BCE, pelo que a Euribor também poderá não descer muito mais. 

Supondo que a taxa atual se mantém durante os próximos 5 anos, obtém um rendimento anual líquido de 1,58%, já considerando os prémios de permanência; nas mesmas condições, mas supondo que aplica por 15 anos, obtém um rendimento anual líquido de 2%.

Pode simular o rendimento para prazos de 1 a 15 anos, supondo que a taxa base se mantém, na calculadora de Certificados de Aforro.

Vale a pena subscrever? 

A maior parte dos nossos leitores quer saber se são preferíveis os Certificados de Aforro ou os depósitos a prazo. A resposta é simples: em média, os depósitos rendem menos (a taxa média dos depósitos anda à volta de 1,43% bruta, segundo dados do banco de Portugal); no entanto, há no mercado depósitos com taxas que vão até 3%, pelo que deverá procurar as melhores ofertas e assim consegue um rendimento superior ao dos Certificados de Aforro.

O problema é que alguns desses depósitos podem exigir montantes elevados e não permitem reforços, não sendo comparáveis aos Certificados de Aforro no que diz respeito à flexibilidade.  

Há vantagens que devemos realçar no produto do Estado: nomeadamente o mínimo de subscrição e reforços muitos baixos (100 e 10 euros, respetivamente); a possibilidade de resgate a qualquer momento, após os primeiros três meses; a capitalização trimestral dos juros, que é pouco comum em produtos de capital garantido e o prémio de permanência crescente a partir do segundo ano. Além disso, não tem quaisquer comissões e tem a garantia do Estado, já que se trata de um produto de dívida pública. 

Assim, se tem um montante significativo, verifique primeiro se alguma das ofertas bancárias com melhor taxa serve o seu propósito. Se pretende um produto sem risco para ir aplicando as suas poupanças de forma regular, os Certificados podem ser uma opção a considerar. 
 

 

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