Artigo Certificados de Aforro

Taxa base dos Certificados de Aforro desce para 2,07% em junho

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As descidas na taxa-base dos Certificados de Aforro deverão continuar

Publicado em: 02 junho 2025
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As descidas na taxa-base dos Certificados de Aforro deverão continuar

Desde abril que a taxa base dos Certificados de Aforro não para de descer devido à queda da Euribor. E, nos próximos meses, deverá continuar a cair. 
 

A série F foi lançada em junho de 2023, envolta em alguma polémica, já que trouxe algumas alterações pouco favoráveis ao aforrador. A DECO PROteste foi uma das entidades que mais criticou a nova série, pois apresenta um rendimento inferior – no máximo, 2,5%, maturidade mais longa (15 anos) e prémios de permanência que foram reduzidos para metade nos primeiros 9 anos, face à série anterior (série E).

Nos meses que se seguiram, os montantes aplicados foram sucessivamente encolhendo e apenas nos últimos 5 meses se tem verificado uma inversão dessa tendência.

Provavelmente devido à descida das taxas dos depósitos, em geral, e também devido ao alargamento dos locais de subscrição dos Certificados de Aforro (Banco BiG e APP dos CTT).

A taxa base da série F é determinada mensalmente no antepenúltimo dia útil do mês, para vigorar durante o mês seguinte, segundo a fórmula: E3 em que E3 é a média dos valores da Euribor a três meses observados nos dez dias úteis anteriores, sendo o resultado arredondado à terceira casa decimal.

A taxa base não poderá ser superior a 2,5% nem inferior a 0%. Depois de um longo período em 2,5% bruta, em abril começou a cair (2,415%); em maio a descida foi ainda maior, passando para 2,216%; e, em junho, volta a cair, para 2,07%.

Série anterior está a render até 4,4%, mais do dobro da série atual

Em termos líquidos, a série F, atualmente em comercialização, rende 1,5%, ou seja, bastante abaixo da inflação prevista para este ano (2,3%, segundo o Banco de Portugal).

Assim, estes títulos não lhe garantem uma valorização real das poupanças, tal como a generalidade dos depósitos.  

A exceção são as séries antigas de Certificados de Aforro: em junho, a série A e B rendem 3,2% líquidos, a série B subscrita depois de junho de 1989 rende 3,2% bruta; a série D rende 4,1% e 4,4% bruta; e a série E rende entre 3,6% e 4,4% bruta, consoante o ano de subscrição. Estas sim, garantem um rendimento acima da inflação prevista.

Assim, quem subscreveu a série anterior (série E) está atualmente com um rendimento acima do dobro da série atual. Por isso, se tem alguma das séries anteriores, deverá manter! 

As taxas de juro deverão continuar a descer nos próximos meses, com mais cortes na taxa diretora da zona do euro e consequente redução nas taxas Euribor. Por isso, prevemos que as descidas na taxa-base dos Certificados de Aforro deverão continuar. 

Supondo que a taxa atual se mantém durante os próximos 5 anos, obtém um rendimento anual líquido de 1,64%, já considerando os prémios de permanência; nas mesmas condições, mas supondo que aplica por 15 anos, obtém um rendimento anual líquido de 2,06%.

Pode simular o rendimento para prazos de 1 a 15 anos, supondo que a taxa base se mantém, na calculadora de Certificados de Aforro.

Vale a pena subscrever? 

A maior parte dos nossos leitores quer saber se são preferíveis os Certificados de Aforro ou os depósitos a prazo. A resposta é simples: em média, os depósitos rendem menos (a taxa média dos depósitos anda à volta de 1,7% bruta); no entanto, há no mercado depósitos com taxas que vão até 3%, pelo que deverá procurar as melhores ofertas e assim consegue um rendimento superior ao dos Certificados de Aforro.

O problema é que alguns desses depósitos podem exigir montantes elevados e não permitem reforços, não sendo comparáveis aos Certificados de Aforro no que diz respeito à flexibilidade.

Há vantagens que devemos realçar no produto do Estado: nomeadamente o mínimo de subscrição e reforços muitos baixos (100 e 10 euros, respetivamente); a possibilidade de resgate a qualquer momento, após os primeiros três meses; a capitalização trimestral dos juros, que é pouco comum em produtos de capital garantido e o prémio de permanência crescente a partir do segundo ano. Além disso, não tem quaisquer comissões e tem a garantia do Estado, já que se trata de um produto de dívida pública. 

Assim, se tem um montante significativo, verifique primeiro se alguma das ofertas bancárias com melhor taxa serve o seu propósito. Se pretende um produto sem risco para ir aplicando as suas poupanças de forma regular, os Certificados podem ser uma opção a considerar. 
 

 

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