Com os cortes do Banco Central Europeu na taxa diretora e a descida da Euribor a três meses, já era expectável que o rendimento dos Certificados de Aforro começasse a cair, tal como vaticinámos nos últimos meses.
Desde que foi lançada a série F, em junho de 2023, que a taxa-base se manteve em 2,5% brutos, o valor máximo permitido pela fórmula de cálculo estabelecida. Esta taxa é determinada mensalmente no antepenúltimo dia útil do mês, para vigorar durante o mês seguinte, e corresponde à média dos valores da Euribor a três meses observados nos dez dias úteis anteriores. Não pode ser inferior a 0% nem superior a 2,5 por cento. Neste momento, é de 2,42 por cento.
Depois de um período de apatia de quase um ano, em que os montantes estiveram em queda, a tendência é agora de subida: nos últimos cinco meses, o montante aplicado passou de 33 888 milhões para 35 755 milhões.
O surgimento de outras plataformas de subscrição e, sobretudo, a queda das taxas de juro dos depósitos, oferecidas pelos grandes bancos, deram um empurrão.
Quais as vantagens de investir em Certificados?
São vários os encantos dos títulos do Estado que seduzem os portugueses.
- Para começar, os juros têm uma periodicidade trimestral e são integrados no capital, o que significa que há uma capitalização automática dos juros vencidos. Não existem no mercado muitos produtos de capital garantido que capitalizem os juros.
- A outra vantagem dos Certificados de Aforro são os prémios de permanência, que variam entre 0,25% (2.º ao 5.º ano) e 1,75% (14.º e 15.º anos). Por outro lado, o montante exigido na subscrição e nos reforços é baixo e perfeitamente acessível (100 e 10 euros, respetivamente).
- Por último, é um produto com elevada liquidez, pois podem ser resgatados a qualquer momento, após os primeiros três meses, e não têm custos associados.
Apesar das múltiplas vantagens, a série F nunca foi muito do nosso agrado. Desde o seu lançamento que criticamos a redução do rendimento e o corte para metade nos prémios de permanência nos primeiros nove anos. Além disso, no mercado existem depósitos de curto e médio prazo com rendimento superior aos Certificados.
Na nossa calculadora de Certificados de Aforro, pode simular o rendimento que obterá se investir neste produto.
Tem séries antigas? Atenção, os títulos em papel vão acabar
No passado, os títulos do Estado do Estado eram em papel. Com a crescente digitalização, algumas séries deixarão de ter esse formato.
Os detentores de Certificados das séries A, B e D deverão entregar, no prazo de 5 anos, os títulos físicos de modo a proceder à conversão digital.
O processo de conversão terá início a 5 de janeiro de 2026 e decorrerá até 29 de novembro de 2029. Neste prazo, os titulares dos Certificados de Aforro devem entregar pessoalmente os títulos físicos no balcão de um dos parceiros do IGCP, que fazem a comercialização de produtos de dívida do Estado. Essa tarefa também pode ser delegada a um procurador com poderes específicos. O titular da conta aforro, que receberá um extrato, deve atualizar e confirmar os seus dados.
No caso de não efetuar a conversão destas séries até ao final do prazo, os Certificados serão automaticamente amortizados e o respetivo valor, calculado à data da amortização, transferido para o saldo à ordem na conta aforro do titular. A partir desse momento, deixará de receber juros.
Depósitos a prazo: taxa média em queda há 14 meses
Os depósitos são, a par com os Certificados, o produto predileto dos portugueses para aplicar as poupanças. No final de fevereiro de 2025, o stock de depósitos de particulares nos bancos residentes totalizava 192,8 mil milhões de euros, mais 250 milhões de euros do que em janeiro (+ 6,5 por cento).
Todavia, os meses de remunerações atrativas pertencem ao passado. Com efeito, a taxa de juro média dos novos depósitos a prazo de particulares diminuiu pelo 14.º mês consecutivo, passando de 1,98%, em janeiro, para 1,83% em fevereiro. Portugal ocupa a 5.ª posição mais baixa no ranking das taxas de juro da zona euro.
Apenas uma Escolha Acertada supera a inflação esperada para este ano (2,3%): o BPG Start, do Banco Português de Gestão oferece 3,25% (2,5% líquidos) a 3 meses. Os depósitos do Banco BAI, do Banco Atlântico Europa e do BiG também oferecem remunerações líquidas próximas da inflação estimada.
A maior parte do dinheiro aplicado em depósitos e Certificados de Aforro deverá perder valor real, já que o rendimento líquido fica abaixo da inflação. A exceção são as séries antigas dos títulos do Estado. Em abril, as séries A e B rendem 3,4% líquidos, e a série B subscrita depois de junho de 1989 proporciona 3,4% brutos. Já a série D rende 4,4% brutos, enquanto a série E oferece entre 3,9 e 4,4% brutos, consoante o ano de subscrição. Por isso, se tem estas séries, deve mantê-las!
Os melhores depósitos a prazo
3 meses
BANCO PORTUGUÊS DE GESTÃO BPG START (1)
MONTANTE MÍNIMO 2500 €
NÃO MOBILIZÁVEL
TAXA BRUTA 3,25%
TAXA LÍQUIDA 2,5%
6 meses
BANCO BAI EUROPA DEPÓSITO A PRAZO INVESTE - SUBSCRITORES PROTESTE INVESTE (2)
MONTANTE MÍNIMO 2500 €
NÃO MOBILIZÁVEL
TAXA BRUTA 3%
TAXA LÍQUIDA 2,2%
BANCO ATLÂNTICO EUROPA DP GLOBAL LIVING
MONTANTE MÍNIMO 2500 €
MOBILIZÁVEL
TAXA BRUTA 3%
TAXA LÍQUIDA 2,2%
BANCO BIG SUPER DEPÓSITO (2)
MONTANTE MÍNIMO 10 000 €
MOBILIZÁVEL
TAXA BRUTA 3%
TAXA LÍQUIDA 2,2%
BANCO BAI EUROPA DEPÓSITO A PRAZO DECO - SUBSCRITORES D. PROTESTE (2)
MONTANTE MÍNIMO 2500 €
NÃO MOBILIZÁVEL
TAXA BRUTA 2,95%
TAXA LÍQUIDA 2,1%
BANCO BAI EUROPA DEPÓSITO A PRAZO NOVOS CLIENTES
MONTANTE MÍNIMO 2500 €
NÂO MOBILIZÁVEL
TAXA BRUTA 2,9%
TAXA LÍQUIDA 2,1%
12 meses
BANCO PORTUGUÊS DE GESTÃO BPG SAVE
MONTANTE MÍNIMO 5000 €
NÃO MOBILIZÁVEL
TAXA BRUTA 2,65%
TAXA LÍQUIDA 1,9%
BANCO BAI EUROPA DEPÓSITO A PRAZO INVESTE - SUBSCRITORES PROTESTE INVESTE
MONTANTE MÍNIMO 2500 €
MOBILIZÁVEL
TAXA BRUTA 2,6%
TAXA LÍQUIDA 1,9%
BANCO BAI EUROPA DEPÓSITO A PRAZO DECO - SUBSCRITORES DECO PROTESTE
MONTANTE MÍNIMO 2500 €
MOBILIZÁVEL
TAXA BRUTA 2,55%
TAXA LÍQUIDA 1,8%
BANCO BNI EUROPA DEPÓSITO 366 DIAS NÃO MOBILIZÁVEL
MONTANTE MÍNIMO 2500 €
NÂO MOBILIZÁVEL
TAXA BRUTA 2,55%
TAXA LÍQUIDA 1,8%
2 anos
BISON BANK DP BISON RENDIMENTO PREMIUM
MONTANTE MÍNIMO 25 000 €
MOBILIZÁVEL
TAXA BRUTA 2,75%
TAXA LÍQUIDA 2%
(1) LIMITADO A UM ÚNICO DEPÓSITO POR CLIENTE
(2) EXCLUSIVO PARA NOVOS CLIENTES
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