Artigo Seguros PPR

Produtos de reforma unit-linked renderam apenas 0,9%

Publicado em:  16 maio 2025
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Produtos de reforma unit-linked, em Portugal, renderam apenas 0,9%, muito abaixo da média, segundo a supervisora europeia.

 

Um estudo recente da Autoridade Europeia dos Seguros e Pensões Complementares de Reforma (EIOPA), refere que os seguros PPR (em Portugal) sob a forma de unit-linked têm um retorno abaixo da média de produtos similares no conjunto de Estados-membros.

O supervisor europeu apresentou os retornos líquidos para 4 anos (entre 2020 e 2023). Hungria e Alemanha apresentam os melhores rendimentos (6,6% e 5,6%, respetivamente). Acima da média europeia de 2,1% estão ainda França (3,4%) e Espanha (3%), bem como a Áustria e Polónia (ambos com 2,4%).

Já abaixo da média estão a Irlanda (2%) e a Eslovénia (1,4%) e também Portugal, onde o retorno médio deste tipo de PPR com maior risco se fixou em 0,9% entre 2020 e 2023. O valor é apenas superior aos -0,9% dos produtos belgas. 

PRODUTOS DE POUPANÇA PARA A REFORMA SOB A FORMA DE SEGURO UNIT-LINKED

País

Rentabilidade líquida  
entre 2000 e 2023 (%)

Hungria

6,6

Alemanha

5,6

França

3,4

Espanha

3

Áustria

2,4

Polónia

2,4

Valor médio

2,1

Irlanda

2

Eslovénia

1,4

Itália

1,1

Portugal

0,9

Bélgica

-0,9

Fonte: EIOPA.

Segundo o relatório da EIOPA, “as pensões continuam a ser uma prioridade na agenda de vários Estados-membros devido a preocupações de longa data sobre pensões sustentáveis e adequadas na Europa.

Em 2023, os produtos de pensões individuais vendidos por empresas de seguros geraram retornos positivos, contribuindo para um desempenho global positivo no período de quatro anos. Os retornos favoráveis foram particularmente benéficos para os investidores que detinham produtos com caraterísticas de unit-linked, resultando num retorno líquido médio de 2,1% no período de quatro anos". 

No entanto, devemos acrescentar que o PPR é um produto que apenas existe em Portugal, no que diz respeito à sua legislação e caraterísticas, sendo um produto mais defensivo até porque procura dar resposta ao público português, bastante conservador.

A própria EIOPA sublinha este facto: "apesar da natureza diversa e do quadro regulamentar dos PPR, que limita a exatidão da comparação entre mercados, os dados revelam diferenças nos custos e nos rendimentos líquidos, sublinhando a necessidade de aumentar a investigação e o trabalho de avaliação do valor dos PPR.

Certos países, como a Hungria, a Eslovénia e Espanha, apresentam custos superiores a 2,5%, o que pode ser atribuído a uma proporção mais elevada de 'outros investimentos' e a níveis de risco mais elevados que também contribuem para rendimentos líquidos mais elevados.

Por outro lado, países como a Alemanha apresentam custos inferiores à média e retornos líquidos superiores à média, o que evidencia disparidades interessantes nos diferentes mercados", sublinha a EIOPA. 

 

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