Mercados em queda: resgatar os fundos ou vender os ETF?

A forte turbulência dos mercados leva a consequentes oscilações nos investimentos
A forte turbulência dos mercados leva a consequentes oscilações nos investimentos
A forte valorização das bolsas desde a pandemia pode ter criado uma falsa sensação de segurança entre os investidores recém-chegados aos fundos e ETF. No entanto, os momentos de queda, como os verificados este mês, são recorrentes e não podem ser ignorados se realiza este tipo de investimentos.
Desta vez, a justificação para a maior pressão vendedora pode ser encontrada na desilusão com os resultados trimestrais das empresas e a divulgação de perspetivas relativamente dececionantes. Com efeito, a euforia em torno do potencial da Inteligência Artificial colocou a fasquia muito alta.
Até vários gigantes que apresentaram bons resultados não conseguiram satisfazer as expectativas. No entanto, seja qual for o motivo, é frequente assistir às chamadas “correções” após longos períodos de valorização.
Desde o final de julho, a queda média dos fundos/ETF de ações globais está em 4%, mas, apesar disso, ainda apresentam um ganho acumulado de 6,9% em 2024. Há naturalmente exceções, mas este cenário é relativamente transversal às categorias de fundos de ações.
As obrigações, por seu turno, voltaram a desempenhar o seu papel de amortecedor. Em agosto, as obrigações globais estão a apresentar uma valorização média de 0,3% contrastando com o recuo das ações. Tanto a dívida em euros como em dólares norte-americanos beneficiaram com a saída dos investidores dos mercados de ações.
Estimar com precisão como se vão comportar as bolsas nos próximos meses é um exercício incerto. Por um lado, a esperada redução das taxas diretoras por parte da Reserva Federal dos EUA deverá ser um fator de suporte, mas não é propriamente uma novidade. Por outro lado, várias bolsas estão a negociar com elevados rácios de valorização e não apresentam claras oportunidades de compra.
Mas, se no curto prazo não se pode saber para onde irão as bolsas, não há dúvida que o longo prazo joga a favor dos investidores. Por outras palavras, se investe numa ótica de longo prazo não deve ceder ao pânico e vender os seus fundos/ETF aos primeiros sinais de queda dos mercados.
Ou seja, desde que possua uma carteira bem diversificada não deve recear os inevitáveis maus momentos das bolsas, pelo que manter os fundos/ETF que já detém será a melhor opção na maioria dos casos.
No entanto, a desejada disciplina de longo prazo não significa total passividade. É importante que analise a composição da sua carteira. Uma elevada proporção de fundos/ETF de ações dá um maior potencial de valorização, mas, dado o maior risco, implica que terá de estar preparado para manter o investimento mais tempo e a assistir a momentos de forte desvalorização (potencial) do património. Portanto, se quiser evitar essa sensação de perda poderá ser prudente realocar parte dos ativos a fundos de obrigações.
A ponderação dos mercados/setores é outro fator a ter em conta. A forte ascensão do mercado dos EUA e das tecnológicas em particular poderá ter inflacionado o seu peso no total da sua carteira. Nessa eventualidade, será adequado reduzir a exposição a essas componentes e a reinvestir em outras categorias de fundos/ETF.
Consulte as nossas recomendações sobre fundos e ETF.