Análise

Bitcoin ou Ethereum: qual a melhor criptomoeda para investir?

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Embora não seja tão aceite como meio de pagamento como a Bitcoin, a Ether é indispensável àqueles que participam no ecossistema Ethereum.

Publicado em: 25 setembro 2024
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Embora não seja tão aceite como meio de pagamento como a Bitcoin, a Ether é indispensável àqueles que participam no ecossistema Ethereum.

Analisámos duas das criptomoedas mais conhecidas, a Bitcoin e a Ethereum. Saiba como funcionam e qual o melhor investimento.

Nos últimos anos, o mundo das criptomoedas tem despertado o interesse de cada vez mais investidores. Entre as milhares de criptomoedas existentes, a Bitcoin (BTC) e a Ether (ETH) destacam-se como as duas maiores em capitalização de mercado. Todavia, diferem de forma significativa na forma como funcionam.

A Bitcoin foi a primeira criptomoeda a ser criada, em 2009, em resposta à crise financeira de 2008. Durante muito tempo, o secretismo em torno do nome do seu autor suscitou as mais diversas teorias. O certo é que a entidade ou indivíduo, que usa o pseudónimo de Satoshi Nakamoto, a desenvolveu com o objetivo de criar um sistema financeiro descentralizado, que não dependesse de intermediários, como bancos e governos. 

Concebida enquanto moeda digital para transações, a Bitcoin permite transferências diretas de valor entre pessoas de forma segura e sem recorrer a uma autoridade central. 
A ETH surgiu uns anos mais tarde, em 2015, como moeda nativa da plataforma Ethereum, criada por Vitalik Buterin, de origem russa. Embora também funcione como uma moeda digital, o seu propósito principal é servir para as operações na rede Ethereum. Esta é uma plataforma descentralizada que permite a criação de contratos inteligentes e aplicações descentralizadas (dApps), um ecossistema muito mais expansivo do que o da Bitcoin.

Bitcoin e Ethereum: como funcionam? 

Tanto a Bitcoin quanto a Ether utilizam a tecnologia de blockchain, mas há diferenças fundamentais nas suas arquiteturas. 

A blockchain da Bitcoin é relativamente simples, concebida para suportar transações de forma segura e eficiente. Esta segurança é uma vantagem, mas limita a funcionalidade. 
Muito mais complexa, a blockchain da Ethereum permite automatizar processos, eliminando intermediários. A sua versatilidade permitiu que se tornasse a base para uma vasta gama de aplicações, desde finanças descentralizadas (DeFi) a tokens não fungíveis (NFT). 

Porque têm tanto valor? 

Diz o ditado que não há amor como o primeiro. É o caso da Bitcoin, que, sendo a primeira criptomoeda a surgir, é amplamente reconhecida como a mais confiável, e tem sido adotada por grandes empresas e até mesmo por países, como El Salvador, que a reconheceu como moeda legal. 

Muitos apelidam a Bitcoin de "ouro digital". Com efeito, partilha algumas características comuns com o ouro: a escassez – há apenas 21 milhões de Bitcoins; a durabilidade – por ser virtual, a moeda não se deteriora; e a divisibilidade – cada Bitcoin pode ser repartida várias vezes. Todavia, enquanto o ouro continua a ser uma reserva de valor, a Bitcoin é um ativo especulativo. 

Embora não seja tão aceite como meio de pagamento como a Bitcoin, a Ether é indispensável àqueles que participam no ecossistema Ethereum. O seu valor está mais diretamente ligado ao sucesso da plataforma. Ou seja, à medida que a utilização da rede Ethereum cresce, especialmente com o aumento das dApps, NFT e plataformas DeFi, a procura por Ether também cresce. 

A transição para Ethereum 2.0 introduziu mudanças, como o processo de "queima" de moedas, que reduziu a oferta e foi um dos fatores para o aumento, em novembro de 2021, do seu valor. Com a mudança do mecanismo de consenso de Proof of Work (PoW) para Proof of Stake (PoS), também aumentou a escalabilidade e a eficiência energética. 

As duas criptomoedas são conhecidas pela sua volatilidade, o que pode constituir tanto uma oportunidade como um risco para os investidores. Por um lado, pode levar a ganhos significativos em curtos períodos. Por outro, pode resultar em perdas substanciais.

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Que futuro para a Bitcoin e Ethereum? 

Para os entusiastas da Bitcoin, continuará a ser vista como reserva de valor, especialmente à medida que mais instituições adotarem criptomoedas como parte das suas estratégias de investimento. 

A Ethereum, por sua vez, está bem posicionada para se tornar a infraestrutura de uma nova internet descentralizada, com contratos inteligentes, dApps e DeFi a desempenharem um papel crucial. 

As recentes alterações podem impulsionar ainda mais o valor da Ether. O maior desafio pode ser a concorrência de blockchains conhecidas como "Ethereum killers". É o caso da Solana (SOL) e da Avalanche (AVAX), que apresentam velocidades de transação mais rápidas e taxas mais baixas. 

A crescente integração destas criptomoedas no sistema financeiro tradicional (como a aprovação dos ETF à vista de Bitcoin e Ether pelas autoridades americanas) faz com que as suas cotações estejam, tal como os ativos financeiros tradicionais, cada vez mais ligadas à evolução das taxas de juro de referência dos bancos centrais, nomeadamente a Fed americana. 

Como ativos de risco, as taxas de referência mais elevadas tornam as criptomoedas menos atrativas, o que leva a quedas nas suas cotações. O inverso tem o efeito contrário.

Investimento arriscado 

A posição da Bitcoin no mercado está cada vez mais solidificada e são cada vez menos os que pensam que desaparecerá. Por outro lado, o facto de se encontrar em níveis altos (cerca de 51 mil euros a 4 de setembro) pode indiciar que o potencial de valorização é mais reduzido. 

Quanto à Ethereum, se se afirmar como plataforma da próxima geração de aplicações descentralizadas, o potencial de valorização é enorme, mas se uma das concorrentes vencer a "corrida", o valor da Ether cairá. 

A aposta nesta criptomoeda parece, por isso mais arriscada, mas esse risco vem acompanhado de um retorno potencial também mais elevado. Ainda assim, tendo em conta a natureza especulativa e a volatilidade elevada, não recomendamos o investimento em criptoativos.

 

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