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Certificados de Aforro: taxa-base desce para 2,216%

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Em maio, a descida da taxa-base dos Certificados de Aforro foi maior

Publicado em: 05 maio 2025
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Em maio, a descida da taxa-base dos Certificados de Aforro foi maior

Depois de quase dois anos em 2,5%, a taxa base dos Certificados de Aforro iniciou, no mês passado, uma trajetória descendente devido à queda da Euribor.
 

A série F foi lançada em junho de 2023, envolta em alguma polémica, já que trouxe algumas alterações pouco favoráveis ao aforrador. A DECO PROteste foi uma das entidades que mais criticou a nova série, pois apresenta um rendimento inferior – no máximo, 2,5%, maturidade mais longa (15 anos) e prémios de permanência que foram reduzidos para metade nos primeiros 9 anos, face à série anterior (série E).  

Nos meses que se seguiram, os montantes aplicados foram sucessivamente encolhendo e apenas nos últimos 5 meses se tem verificado uma inversão dessa tendência. Provavelmente devido à descida das taxas dos depósitos, em geral, e também devido ao alargamento dos locais de subscrição dos Certificados de Aforro (Banco BiG e APP dos CTT). 

A taxa base da série F é determinada mensalmente no antepenúltimo dia útil do mês, para vigorar durante o mês seguinte, segundo a fórmula: E3 em que E3 é a média dos valores da Euribor a três meses observados nos dez dias úteis anteriores, sendo o resultado arredondado à terceira casa decimal.

A taxa base não poderá ser superior a 2,5% nem inferior a 0%. Em abril, depois de um longo período em 2,5% bruta, desceu para 2,415%; e, em maio, a descida foi ainda maio, passando para 2,216%. 

Acima da inflação, só as séries mais antigas 

Em termos líquidos, a série F, atualmente em comercialização, rende 1,6%, ou seja, bastante abaixo da inflação prevista para este ano (2,3%, segundo o Banco de Portugal). Assim, estes títulos não lhe garantem uma valorização real das poupanças, tal como a generalidade dos depósitos.  

A exceção são as séries antigas de Certificados de Aforro: em maio, a série A e B rendem 3,2% líquidos, a série B subscrita depois de junho de 1989 rende 3,2% bruta; a série D rende 4,2% bruta; e a série E rende entre 3,7 e 4,2% bruta, consoante o ano de subscrição. Estas sim, garantem um rendimento acima da inflação prevista. Por isso, se tem estas séries, deverá manter! 

As taxas de juro deverão continuar a descer nos próximos meses, com mais cortes na taxa diretora da zona do euro e consequente redução nas taxas Euribor. Por isso, prevemos que as descidas na taxa-base dos Certificados de Aforro deverão continuar. 

Se quiser simular o rendimento da série atual, supondo que a taxa base se mantém, consulte a calculadora de Certificados de Aforro. Por exemplo, se a taxa atual se mantiver durante os próximos 5 anos, obtém um rendimento anual líquido de 1,75% (já considerando os prémios de permanência) e de 2,16%, se aplicar por 15 anos.

Vale a pena subscrever? 

A maior parte dos nossos leitores quer saber se são preferíveis os Certificados de Aforro ou os depósitos a prazo. A resposta é simples: em média, os depósitos rendem menos (a taxa média dos depósitos anda à volta de 1,9% bruta); no entanto, há no mercado depósitos com taxas que vão até 3%, pelo que deverá procurar as melhores ofertas e assim consegue um rendimento superior ao dos Certificados de Aforro.

O problema é que alguns desses depósitos podem exigir montantes elevados e não permitem reforços, não sendo comparáveis aos Certificados de Aforro no que diz respeito à flexibilidade.

Há vantagens que devemos realçar no produto do Estado: nomeadamente o mínimo de subscrição e reforços muitos baixos (100 e 10 euros, respetivamente); a possibilidade de resgate a qualquer momento, após os primeiros três meses; a capitalização trimestral dos juros, que é pouco comum em produtos de capital garantido e o prémio de permanência crescente a partir do segundo ano. Além disso, não tem quaisquer comissões e tem a garantia do Estado, já que se trata de um produto de dívida pública. 

Assim, se tem um montante significativo, verifique primeiro se alguma das ofertas bancárias com melhor taxa serve o seu propósito. Se pretende um produto sem risco para ir aplicando as suas poupanças de forma regular, os Certificados podem ser uma opção a considerar. 

 

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