Os ETF podem ter objetivos muito diferentes. Se a maioria replica índices bolsistas clássicos, outros vão mais longe: alguns são especializados, outros complexos, e há ainda os que devem ser utilizados com precaução. Por isso, é essencial perceber bem com que tipo de produto se está a lidar antes de investir.
Os principais tipos de ETF consoante os ativos subjacentes
Um dos primeiros critérios de distinção é o tipo de ativos subjacentes.
- ETF de ações: são os mais comuns. Replicam índices bolsistas como o MSCI World, S&P 500 ou o MSCI World Information Technology. Isto é, alguns abrangem um universo alargado (como os mercados globais), outros focam-se num país, numa região ou em empresas de um determinado setor.
- ETF de obrigações: investem em dívida emitida por Estados ou empresas. Podem incidir sobre obrigações de curto, médio ou longo prazo, obrigações europeias, norte-americanas ou de mercados emergentes, ou ainda sobre obrigações “investment grade” ou de alto rendimento (high yield).
- ETF setoriais: reúnem apenas empresas de um mesmo setor de atividade — tecnologia, energia, saúde, imobiliário, financeiro, entre outros. Permitem apostar no desempenho de um setor sem ter de escolher ações individuais.
- ETF temáticos: seguem uma tendência como a transição energética, a cibersegurança, as infraestruturas ou a robótica. Podem incluir vários setores com um tema central em comum.
- ETF inversos: procuram reproduzir o desempenho inverso de um índice — se o mercado descer 1%, o ETF sobe 1%. São utilizados para especular sobre a queda de um mercado ou para cobertura de risco, mas devem ser usados com cuidado.
- ETF com alavancagem: amplificam os movimentos do índice subjacente. Um ETF “x2” sobe o dobro do índice quando este sobe, mas também cai o dobro quando o índice desce. São produtos destinados a investidores experientes, e mais apropriados para especulação a curto prazo.
Outras formas de classificar os ETF
Os ETF também podem ser agrupados segundo outros critérios complementares:
- Por zona geográfica: alguns ETF abrangem todo o mundo, outros limitam-se à Europa, aos EUA, a mercados emergentes, a um único país (como o Japão) ou mesmo a uma única região (como o Sudeste Asiático).
- Por estilo de investimento: alguns ETF centram-se em ações de crescimento (growth), outros em ações subvalorizadas (value), ou ainda em empresas de pequena ou grande capitalização.
- Por estratégia de rendimento: certos ETF são concebidos para gerar rendimento, por exemplo, ao focarem-se em empresas com dividendos elevados.
- Por abordagem de gestão: é também possível distinguir entre ETF com replicação física (que detêm os ativos reais) e ETF com replicação sintética (que usam derivados para reproduzir o desempenho do índice).
- Por critérios ESG (Ambiental, Social e de Governação): estes ETF, a par da estratégia base, selecionam as empresas com base em critérios de sustentabilidade. Excluem certos setores considerados prejudiciais (como armamento, carvão, entre outros) e favorecem empresas com impacto positivo. O nível de exigência ESG varia: alguns limitam-se a excluir os piores, outros escolhem os melhores exemplos.
Por que é importante esta diversidade
A variedade de ETF permite a cada investidor construir uma carteira adaptada aos seus objetivos, horizonte temporal e tolerância ao risco. No entanto, torna a escolha mais complexa.
Antes de comprar um ETF, é fundamental compreender não só o índice que replica, mas também a estratégia, o método de replicação, a moeda e os custos associados.
A reter
- Os ETF abrangem uma grande diversidade de ativos: ações, obrigações, setores, temas, zonas geográficas…
- Alguns ETF são simples, outros mais complexos (ETF inversos, com alavancagem).
- Escolher bem um ETF implica compreender o seu conteúdo, funcionamento e enquadramento.