7 critérios a analisar
1. As comissões totais (TER)
O TER (Total Expense Ratio) representa as comissões anuais expressas em percentagem do património do fundo. São deduzidas automaticamente — não as paga "à parte" — mas reduzem o rendimento obtido.
Regra geral, quanto mais simples e popular for o ETF, mais baixas serão as comissões. Um ETF sobre o índice MSCI World pode ter um TER de 0,05%, enquanto um ETF temático mais específico pode ultrapassar os 0,6%.
2. O volume de negociação e o património sob gestão
Um ETF com pouca liquidez pode ser mais difícil de comprar ou vender sem custos ocultos (como spreads elevados entre o preço de compra e de venda).
Verifique o volume diário de negociação na corretora que utiliza.
Considere também o montante total sob gestão: um ETF com centenas de milhões de euros em ativos tem menor probabilidade de ser encerrado de forma repentina.
3. O emitente
Marcas conhecidas como iShares, Amundi, Xtrackers, Invesco e Vanguard são reconhecidas. É preferível optar por estas gestoras, sobretudo para investimentos de longo prazo.
4. O método de replicação
Um ETF pode replicar o seu índice de forma física (comprando os ativos do índice) ou sintética (através de produtos derivados).
A replicação física tende a ser mais simples e transparente. Contudo, pode não ser viável para índices mais complexos.
5. A moeda
Se comprar um ETF cotado em dólares mas tiver a sua conta em euros, incorrerá em custos de conversão cambial. Se existir uma versão equivalente em euros, essa será normalmente preferível.
Contudo, esteja atento: mesmo com um ETF cotado em euros, continuará exposto ao risco cambial, pois os ativos no fundo podem estar denominados noutras moedas (como o dólar). Se o dólar desvalorizar, o valor dos ativos em dólares também desce quando convertido para euros.
6. A fiscalidade (domicílio)
Os ETF podem estar domiciliados em diferentes países (Irlanda, Luxemburgo, Reino Unido, Estados Unidos, entre outros). Isso tem impacto fiscal, sobretudo no que diz respeito à retenção na fonte sobre os dividendos.
7. A fiscalidade (rendimentos)
Para investir a longo prazo deve optar por ETF com capitalização de rendimentos. Assim, só terá de pagar o imposto no ano da venda. Quando há distribuição de rendimentos por parte do ETF, o valor é tributado imediatamente, pelo que se reinvestir partirá de um montante mais reduzido.
Onde encontrar esta informação?
Antes de investir, consulte:
- O KIID (Documento de Informação Fundamental ao Investidor), fornecido pelo emitente e que deve estar disponível através da plataforma de investimento.
- Sites especializados como a DECO PROteste Investe, Morningstar e JustETF, que permitem comparar ETF de forma clara e rápida.
Comparar dois ETF semelhantes
Por exemplo, dois ETF que replicam o índice MSCI World podem parecer iguais, mas:
- Um tem um TER de 0,20%, o outro de 0,38%
- Um está cotado em euros e o outro em dólares
- Um cobre as variações cambiais (hedge), o outro não
Apesar de seguirem o mesmo índice, estas diferenças têm impacto no rendimento líquido a longo prazo.
A reter
- Compare sempre as comissões, a moeda de cotação e a política cambial antes de escolher um ETF.
- Leia atentamente o KIID.
- Dois ETF que seguem o mesmo índice podem ter resultados muito diferentes, devido à sua estrutura.