- Investimentos
- Ações
- Bolsas: análise da semana

Rui
Ribeiro
Especialista em Corporate Governance pelo ISCTE.
Analista financeiro independente registado na CMVM.
Licenciado em Economia pelo ISEG.
Bolsas: análise da semana
Há 7 dias - 16 de maio de 2022
Rui
Ribeiro
Especialista em Corporate Governance pelo ISCTE.
Analista financeiro independente registado na CMVM.
Licenciado em Economia pelo ISEG.
Graças a uma boa recuperação na sessão de sexta-feira, os mercados acionistas europeus fecharam a semana passada maioritariamente positivos, ao contrário dos seus congéneres americanos, que continuam a ser pressionados pela política de subida das taxas de juro por parte da Reserva Federal (Fed). Assim, o Stoxx Europe 50 ganhou 0,9%, enquanto o S&P 500 e o índice tecnológico Nasdaq perderam 2,4 e 2,8%, respetivamente.
Os receios sobre um abrandamento do crescimento económico mundial estão a aumentar e originam uma maior aversão ao risco por parte dos investidores. Para além disso, os confinamentos na China, a guerra na Ucrânia e a elevada inflação são sinais de alerta para as próximas semanas e meses.
Os investidores continuam a afastar-se das ações tecnológicas (-3,1% nos Estados Unidos), que estão pressionadas pelos aumentos previstos das taxas de juro americanas. Os grandes nomes do setor fecharam no vermelho, como foram os casos da Meta (-2,5%), Amazon (-1,5%) e Apple (-6,5%).
O preço do barril de petróleo fechou em queda depois de a OPEP ter revisto novamente em baixa a sua previsão para a procura global devido à guerra na Ucrânia e aos confinamentos na China. O setor petrolífero desvalorizou 5% na semana.
Os setores europeus mais sensíveis à evolução da atividade económica terminaram no vermelho, com a banca a descer 0,6% e as empresas de matérias-primas a caírem 4,7%.
O setor de luxo recuperou após semanas em que esteve pressionado pela situação na China, com ganhos de 3,5% para LVMH e de 1,5% para Richemont.
Lisboa em contraciclo com a Europa
A bolsa nacional não conseguiu acompanhar a tendência positiva das suas congéneres europeias e fechou com uma queda semanal de 1,9%, reduzindo os ganhos acumulados pelo índice PSI desde o início do ano para 2,4%.
Apesar de haver algumas empresas nacionais que ainda não divulgaram as contas trimestrais, nenhuma apresentou resultados na semana passada, que não foi fértil em novidades. Pela positiva, destaque para o BCP (+4%), que liderou os ganhos e contrariou a queda da banca europeia, e para a REN (+1,2%), que continua a beneficiar do seu estatuto de título mais defensivo numa altura conturbada das bolsas.
Pelo contrário, os CTT (-8,6%) lideraram as perdas, ainda a refletir a apresentação de resultados trimestrais abaixo do esperado. Igualmente em queda esteve o setor das energias renováveis, penalizado pela subida das taxas de juro, com a GreenVolt e a EDP Renováveis a recuaram 3,5 e 4,9%.
Nota final para a queda do setor da distribuição, nomeadamente no caso da Sonae (-6,3%). A Jerónimo Martins perdeu 1,6%.
A semana em números
29 239 dólares
Cotação da Bitcoin em dólares na sexta-feira, a que corresponde uma queda semanal de 18,8%. A maior aversão ao risco por parte dos investidores reflete-se numa queda significativa do valor das criptomoedas, cuja correlação com as ações é cada vez maior.
1,039 dólares
Valor de um euro em dólares. A moeda única europeia parece estar cada vez mais a caminho da paridade com o dólar. A subida mais acentuada das taxas de juro norte-americanas justificam a desvalorização do euro nos últimos meses.
8,3%
Taxa de inflação homóloga nos Estados Unidos em abril, um valor elevado inferior aos 8,5% de março. O pico da inflação já terá sido atingido? Seja qual for a resposta, a subida das taxas de juro americanas vai continuar.
Principais Bolsas | |
Lisboa | -1,9% |
Frankfurt | +2,6% |
Londres | +0,4% |
Madrid | +0,2% |
Milão | +2,4% |
Nasdaq | -2,8% |
Nova Iorque | -2,4% |
Paris | +1,7% |
Tóquio | -2,1% |
Zurique | -0,7% |
Variação das cotações entre 06/05/22 a 13/05/22, em euros.
O conteúdo deste artigo pode ser reproduzido para fins não-comerciais com o consentimento expresso da DECO PROTESTE, com indicação da fonte e ligação para esta página. Ver Termos e Condições.