No segundo semestre, até à data, a Mota-Engil comunicou apenas um novo contrato de 122 milhões de euros, muito menos do que em semestres anteriores (foram anunciados contratos no valor de 370 milhões no primeiro semestre). Um dado que sugere menor dinâmica, ainda que deva ser lido com cautela, pois, por um lado, não contempla adjudicações que não foram suficientemente relevantes para comunicar ao mercado, e por outro lado, a atividade da Mota-Engil tem uma componente crescente de concessões de serviços que geram uma receita recorrente.
Um dado preocupante é a evolução da economia angolana. O kwanza está numa trajetória acentuada de desvalorização: -22% face ao euro só neste quarto trimestre. De recordar que só este ano é que o país deixou de ser considerado uma economia hiperinflacionária. O programa de assistência do FMI previa a gradual flexibilização do câmbio, mas esta instituição já admitiu “excessivas pressões depreciativas” e prevê atualmente uma queda ligeira do PIB (-0,3%).
Apesar da incerteza gerada pela ausência de comunicação da construtora, por prudência, reduzimos novamente as nossas estimativas de lucro por ação. Esperamos agora 0,09 euros em 2019 e 0,12 em 2020.
Cotação à data da análise: 1,83 euros