A Impresa, detentora da SIC e do jornal Expresso, entre outros ativos, acumulou um lucro de 0,02 euros por ação até setembro, uma subida de 102% face a 2018, mas em linha com o previsto.
Em termos operacionais, realce para o crescimento de 4% das receitas, estimulado pela subida das receitas de publicidade (+5,3%) e de chamadas telefónicas para programas (IVR: +94,2%). Por sua vez, o EBITDA aumentou 12,8% graças ao bom desempenho da divisão de Televisão, que beneficiou do facto de a SIC ser líder das audiências em Portugal desde fevereiro e de ter vindo a reforçar esse estatuto.
No plano financeiro, os resultados pioraram 16% mas a dívida líquida recuou 5,5%, mantendo a tendência decrescente dos últimos anos.
Apesar das claras melhorias, as dificuldades estruturais do setor mantêm-se, com a mudança de hábitos de consumo dos consumidores a penalizar muito os grupos de media tradicionais. A compra da Media Capital pela Cofina também não deverá beneficiar a Impresa, uma vez que reforça a posição competitiva do seu principal concorrente.
Infelizmente, a Impresa anunciou que deixará de publicar os resultados do 1º e do 3º trimestres, a partir de 2020, uma decisão que não ajuda os investidores.
Mantemos as estimativas de lucros por ação de 0,03 euros em 2019 e 2020.
Cotação à data da análise: 0,23 euros