A maior parte das receitas da empresa espanhola advém da parte da tarifa que retribui a utilização por parte da Enagas dos ativos necessários para transportar o gás através da rede (gasodutos, regaseificação ...). Com tarifas acima da média europeia, o governo espanhol pretende reduzi-las no próximo período regulatório que começa depois de 2021. Esta possibilidade, a concretizar-se, sem dúvida que afetará os resultados da Enagas, algo que, no entanto, já consideramos nas nossas estimativas.
Nas últimas semanas, as declarações do CNMC (o órgão responsável em apresentar as propostas para essas novas tarifas) estão a afetar o setor, mas com o governo espanhol ainda em construção e com uma provável renovação da constituição do Conselho do CNMC, no final do verão, poderemos não ter alterações de critérios.
Sem dúvida, o corte das tarifas em Espanha reduzirá o volume de faturação da Enagas, mas o peso da contribuição das suas subsidiárias no exterior, que representou 24,9% dos lucros do grupo no primeiro trimestre deste ano e mostrou sinais de robustez, ajudará a compensar esta possibilidade. No momento atual, não vemos que o seu generoso dividendo, e que é um dos atrativos deste título, esteja em perigo. Manter.
Cotação à data da análise: 19,48 euros