Os resultados da Impresa no primeiro trimestre desiludiram. Apesar do crescimento de 4,8% das receitas, impulsionadas pelo segmento da Televisão, o grupo acumulou perdas de 0,01 euros por ação, quase duplicando os prejuízos face ao período homólogo de 2018.
Ainda assim, o crescimento das receitas é claramente uma novidade face ao que aconteceu em todos os trimestres desde 2015 e reflete, sobretudo, a melhoria das audiências da SIC, que passou a ser líder em Portugal, o que já não acontecia há 12 anos. As receitas da SIC (84% do total do grupo) subiram 5,5%, estimuladas pelo aumento da publicidade e das chamadas de valor acrescentado. Já o EBITDA do grupo cresceu 18,3%.
Em contrapartida, a penalizar os resultados esteve a duplicação das amortizações, resultante da expansão do Edifício Impresa e do investimento em tecnologia para os novos estúdios, e a degradação de 10,7% do resultado financeiro, apesar da redução da dívida líquida.
As melhorias na SIC são um bom sinal mas não apagam as dificuldades estruturais do setor de media, muito afetado pela mudança dos hábitos de consumo. Contudo, ao nível atual, a ação continua corretamente avaliada, apesar de termos revisto em baixa as estimativas de lucros por ação para 2019 e 2020 de 0,04 para 0,03 euros.
Cotação à data da análise: 0,25 euros