Este surpreendente “vai-não-vai” em nada contribuiu para descansar os investidores quanto à capacidade da empresa para escapar aos prejuízos. A Tesla não saiu a ganhar na sua “aventura” de agosto.
Não bastando estar na mira de um inquérito da SEC (supervisora do mercado de capitais americano) para averiguar se existiu manipulação da cotação, está também sob pressão dos seus acionistas. Estes últimos reclamam alterações no governo da sociedade, após a comunicação desastrosa do CEO Elon Musk. Uma nova polémica que a empresa bem dispensa.
Enquanto a Tesla tenta aumentar a cadência de produção do seu modelo destinado ao grande público (Model 3), permanecem as dúvidas quanto à capacidade de apresentar lucros de forma sustentável. Nesta matéria, ter duplicado as perdas no segundo trimestre do ano não augura nada de bom.
Receamos também que a diminuição dos incentivos fiscais à compra de viaturas elétricas nos Estados Unidos (vão cessar completamente em 2020) pese também sobre o crescimento das vendas. Isto num cenário em que a concorrência no mercado de veículos elétricos topo de gama vai aumentar, com a chegada em força dos construtores alemães.
Nota final para a periclitante situação financeira da Tesla, que está limitada na capacidade de captar novos fundos devido ao endividamento muito elevado, o que incita também à prudência. Ação muito arriscada. Venda.
Cotação à data de análise: 319,27 dólares