Esta empresa americana, cotada no Nasdaq, desenvolve e vende chips de placas gráficas topo de gama (GPU, marca “GeForce”) para computadores (necessárias para jogos e outras tarefas graficamente intensivas). As suas principais concorrentes são a AMD e a Intel, em menor grau.
Nos últimos anos o grupo orientou-se também para mercados em forte crescimento, como a condução autónoma, os centros de processamento de dados e a inteligência artificial. Estes investimentos permitiram um crescimento dos lucros a um ritmo de 20% ao ano, nos últimos cinco anos. Mais recentemente, a Nvidia fez uma aposta forte na aprendizagem automática (deep learning), onde pode alavancar o seu know-how nos GPU ao mesmo tempo que diversifica a atividade além do mercado das placas gráficas.
Valorização elevada
A Nvidia apresenta um perfil de crescimento muito sólido, mas é difícil antecipar se vai conseguir manter a concorrência à distância, pois está envolvida em mercados que evoluem muito rapidamente. A concorrente AMD encurtou recentemente a vantagem técnica que a Nvidia gozava no seu principal mercado das placas gráficas, ao lançar os chips “Polaris”, ainda que para já a Nvidia esteja a conseguir defender a sua quota de mercado.
As boas perspetivas impulsionaram fortemente a cotação, que passou de 30 dólares no início de 2016 para 105 dólares no final do ano passado. Mas, em 2017, a cotação pouco evoluiu.
Não aconselhamos
A empresa gera apreciáveis cashflows a partir das atividades operacionais, que são reinvestidos na empresa e utilizados na compra de ações próprias (ainda que, ao nível elevado da cotação, estas aquisições possam não ser a melhor forma de empregar o capital). Iniciou também o pagamento de dividendos em 2013, mas são pouco significativos (rendimento do dividendo bruto de 0,5%).
Atualmente, a empresa tem um PER de 35 (ou seja, a cotação representa 35 vezes os lucros). Em geral, valores acima de 20 correspondem a ações caras. No caso de ações em forte crescimento, toleram-se valores superiores, mas está ainda assim num valor elevado.
Mesmo aceitando-se o risco ligado ao seu caráter de ação growth, deve limitar-se a manter em carteira, mas não consideramos uma oportunidade de compra.