Os dois tipos de produtos de investimento
1. Contratos: valor baseado no tempo
São produtos como contas a prazo ou obrigações. Em troca do seu dinheiro, recebe juros regularmente e, em princípio, recupera o capital no vencimento do contrato.
Geralmente considerados mais seguros, pois o capital está normalmente protegido — mas o risco zero não existe: uma empresa ou até um Estado pode entrar em incumprimento.
2. Títulos de propriedade: capital exposto aos mercados
Incluem ações, criptomoedas, ouro, entre outros. Aqui, compra-se uma parte de um ativo que pode ganhar ou perder valor.
O potencial de lucro é maior, mas também o risco: se o ativo perder todo o seu valor (falência, colapso de mercado), o investidor pode perder tudo.
Principais produtos de investimento
1. Depósitos a prazo
Muito populares, permitem depositar dinheiro com elevada liquidez (levantamento a qualquer momento). Gera juros modestos e é protegido pelo Fundo de Garantia de Depósitos. Ideais para o fundo de emergência.
2. Certificados de Aforro e Certificados do Tesouro
Menos líquido, compromete o capital por um período fixo (3 meses ou 1 ano). Em contrapartida oferecem taxas de juro mais altas que a média das contas a prazo. Os juros e o reembolso do capital são garantidos pelo Estado Português.
3. Obrigações (individuais ou via fundos e ETF)
Representam um empréstimo a uma empresa ou entidade pública, em troca de juros (cupão) e durante um determinado período. Obrigações soberanas são, em geral, mais seguras que as emitidas por empresas (corporate). Os fundos e ETF de obrigações reúnem dezenas ou centenas de obrigações, diversificando o risco, mas não existe uma data de vencimento.
4. Ações (individuais ou via fundos e ETF)
Comprar uma ação é tornar-se coproprietário de uma empresa. O valor depende dos resultados e das expectativas do mercado. Algumas pagam dividendos, mas sem garantias. Os fundos permitem repartir o risco por inúmeras empresas.
- ETF (fundos passivos): replicam um índice (ex.: MSCI World, S&P 500, Euro Stoxx 50).
- Fundos ativos: geridos por profissionais que tentam superar o mercado (com custos mais altos).
Para a maioria dos investidores, os ETF são preferíveis pela sua simplicidade, baixo custo e desempenho a longo prazo.
5. Seguros de capitalização
- Seguros de capital garantido, rendimento fixo e prazo predefinido. Os rendimentos podem ser acrescidos com a participação nos resultados da seguradora.
- Seguros unit linked. O desempenho está ligado à evolução de fundos de investimento tradicionais. Maior potencial de valorização, mas sem garantia de capital ou de rendimento.
6. Ouro
Valor de refúgio em períodos de incerteza ou inflação. Não gera rendimentos, mas diversifica a carteira. Pode ser adquirido fisicamente (moedas, lingotes) ou via produtos financeiros (ETF).
7. Criptomoedas
Ativos digitais muito voláteis (Bitcoin, Ethereum). Potencial de elevado retorno, mas com riscos muito acentuados: flutuações extremas, incerteza regulatória, riscos de ciberataques. São apenas uma opção para constituir uma pequena parte de uma carteira já bastante diversificada.
8. FII (fundos de investimento imobiliário)
Fundos de investimento, mas cujo património é constituído por imóveis (escritórios, lojas, centros de logística) sobretudo em território nacional. Valor historicamente pouco volátil, mas com reduzida liquidez (resgate demorados).
9. Crowdlending e Crowdfunding
- Crowdlending: empréstimo a empresas ou particulares via plataformas online, tendo como contrapartida o recebimento de juros.
- Crowdfunding: financiamento de projetos (muitas vezes startups) em troca de participação acionista.
Elevado risco de perda total e baixa liquidez.
10. PPR- Planos de Poupança-Reforma
Produto com benefícios fiscais para complementar a reforma. A obtenção das vantagens fiscais implica que os montantes só podem ser resgatados quando cumpridas algumas condições.
- Seguros PPR. Em regra, garantem o capital e um rendimento mínimo. Como contrapartida, o potencial de rendimento é limitado.
- Fundo PPR: rendimento variável, sem garantia de capital. Vantagens idênticas às dos fundos de investimento tradicionais.
A reter
- A grande distinção: contratos (rendimento fixo, capital geralmente protegido) versus títulos de propriedade (capital exposto ao mercado).
- A diversificação é a melhor forma de limitar riscos.
- Para os iniciados: ETF são a opção mais simples e prudente.