Investir em ações pode ser uma excelente forma de aumentar o património a longo prazo. Mas este mundo, apesar de fascinante e potencialmente lucrativo, está cheio de armadilhas. Muitos investidores, iniciantes e até experientes, cometem erros que podem reduzir ou até eliminar os seus ganhos. A boa notícia é que a maioria desses erros se evita com bom senso, método e aprendendo com os outros.
Nesta lição, vamos analisar os principais erros a evitar para ter sucesso no investimento bolsista.
1. Diversificação insuficiente
Não ponha todos os ovos no mesmo cesto: este conselho básico é uma regra de ouro na Bolsa. Mas comprar várias ações diferentes não é suficiente para diversificar bem o portefólio. É importante diversificar por setor, zona geográfica e até moeda.
Exemplo de erro comum: comprar cinco ações diferentes só do setor automóvel europeu. Se este setor sofrer uma crise (aumento dos custos, nova regulamentação…), todas as ações podem cair ao mesmo tempo.
Uma diversificação eficaz envolve pelo menos 10 a 20 ações bem escolhidas, cobrindo vários setores (tecnologia, finanças, saúde, energia…) e diferentes regiões (Europa, EUA, mercados emergentes…).
Atenção: embora o ideal seja diversificar, passar das 20 ações traz pouco benefício adicional na redução do risco e torna a gestão mais difícil.
2. Ignorar a pesquisa e análise
Antes de investir numa ação, compreenda bem a empresa. Quais são os seus produtos ou serviços? É rentável? Qual a sua posição face à concorrência? Qual a sua estratégia futura?
- Investir sem perceber é como navegar sem bússola.
- Evite seguir cegamente o conselho do seu banco, de um influenciador ou de um amigo.
Se não tiver tempo ou conhecimentos, pode recorrer a análises feitas por profissionais independentes, como as da Deco Proteste Investe, mas mantenha sempre o espírito crítico.
Conselho: Na Bolsa, tenha esta máxima: "Se não percebo, não compro."
3. O erro do trading excessivo… ou da imobilidade total
Muitos investidores oscilam entre dois extremos:
- Comprar e esquecer: mantêm as ações anos sem rever o portefólio.
- Trading intenso: compram e vendem sem parar, muitas vezes por oscilações de curto prazo.
Nenhum dos dois é ideal.
Um bom investidor acompanha a evolução das suas ações e reavalia-as regularmente. As razões que o levaram a comprar uma ação há um ano podem já não fazer sentido, justificando a venda ou redução da posição.
Tentar “acertar o momento” do mercado (comprar no mínimo e vender no máximo) é uma ilusão. Muito poucos conseguem e as comissões de transação reduzem os lucros.
Recomendação: Compre e venda por razões fundamentais, não por gráficos ou tweets.
4. Deixar as emoções dominar
A Bolsa não é um casino, mas provoca emoções fortes: medo, euforia, frustração, esperança… Estas emoções podem levar a decisões erradas.
Exemplos comuns:
- Medo: vender em pânico durante quedas, realizando perdas que podiam ser evitadas com paciência.
- Euforia: comprar sem critério, muitas vezes no pico dos preços.
- FOMO (Fear Of Missing Out): medo de perder oportunidades, leva a seguir a “manada” sem análise cuidada.
- Aversão às perdas: manter ações em queda na esperança que subam, mesmo quando isso é improvável.
Como evitar?
- Defina uma estratégia clara.
- Estabeleça objetivos (curto, médio, longo prazo).
- Tome decisões a frio, com base em factos, não em instinto.
5. Querer ir rápido demais
A Bolsa recompensa geralmente a paciência. Buscar ganhos rápidos leva a assumir riscos excessivos, investir em empresas pouco conhecidas ou usar produtos complexos (alavancagem, derivados…).
É melhor visar um rendimento estável de 6 a 8% ao ano a longo prazo do que tentar ganhar 50% em 6 meses e perder tudo.
O tempo é o aliado do investidor, permitindo que os juros compostos e as boas decisões deem frutos.
Citação de Warren Buffett: "A Bolsa é um meio para transferir dinheiro dos impacientes para os pacientes."
A reter
- Uma diversificação eficaz reduz o risco global.
- Invista apenas em ações que compreende.
- Evite os extremos: imobilismo e trading frenético.
- Não deixe as emoções controlarem as suas decisões.
- A Bolsa é um maratona, não uma corrida rápida: privilegie a disciplina e o longo prazo.