Antes de pedir um cartão de crédito, é importante compreender quanto pode realmente custar. Para além da anuidade indicada, há outros encargos, nomeadamente os juros, que se podem acumular rapidamente. Esta lição ajuda-o a identificar todos os custos associados a um cartão de crédito, para que possa usá-lo de forma consciente.
A anuidade: o que paga independentemente do uso
A maioria dos cartões de crédito tem uma comissão de disponibilização do cartão, vulgo, anuidade, que consiste num custo fixo, geralmente cobrado anualmente, quer utilize o cartão ou não. Se o cartão estiver associado à sua conta à ordem, esse custo pode já estar incluído na conta pacote que contratou.
Quanto mais caro for o cartão, mais serviços associados costuma oferecer: seguros de viagem, extensão de garantias, assistência em caso de roubo ou perda, descontos outros produtos e serviços, entre outros. Antes de escolher, pense se esses serviços são realmente úteis para si e leia atentamente as condições.
Alguns cartões são oferecidos gratuitamente no primeiro ano. Pode parecer atrativo, mas verifique bem os custos a partir do segundo ano. Verifique ainda se as anuidades seguintes podem também depender de uma utilização mínima do cartão.
Um cartão “gratuito” é mesmo gratuito?
Alguns cartões são anunciados como “gratuitos”, mas com condições:
- Número mínimo de transações por ano: se não usar o cartão, podem aplicar-se comissões. Também pode ser estabelecido um montante mínimo de utilização periódica (mensal, trimestral, semestral, entre outros) para garantir a gratuitidade.
- Linha de crédito associada: se devolver o dinheiro dentro do prazo, pagando o extrato na sua totalidade, evita pagar juros. Caso contrário, são aplicadas taxas de juro elevadas sobre o saldo em dívida. É aqui que muitas vezes se esconde o verdadeiro custo.
Usar o cartão: quando é que se paga?
Na zona euro:
- Os pagamentos em loja ou online são geralmente gratuitos.
- Os levantamentos de dinheiro quase nunca são. Ao designado cash advance costuma aplicar-se uma percentagem e/ou um valor fixo por levantamento.
Fora da zona euro:
- Os pagamentos e levantamentos implicam custos de câmbio. Estes correspondem a uma margem sobre a taxa de conversão da moeda. Podem ainda aplicar-se comissão de processamento internacional.
Atenção às comissões externas: o caso do DCC
Quando está no estrangeiro, num país com moeda diferente, o terminal pode sugerir que pague em euros em vez da moeda local. Isto chama-se Dynamic Currency Conversion (DCC), ou Conversão Dinâmica de Moedas, em português. Parece prático, mas raramente compensa.
Porquê?
Porque é o operador do terminal (e não o seu banco) que define a taxa de conversão – e esta costuma ser menos favorável do que a aplicada pelo seu emissor de cartão. Por isso, é preferível pagar sempre na moeda local.
Mais comissões no estrangeiro?
Na União Europeia, um comerciante não pode cobrar comissões adicionais por pagamentos com cartão de crédito, desde que aceite esse meio de pagamento.
Fora da UE, a situação muda. Podem ser aplicadas taxas adicionais, especialmente para cobrir comissões locais. Esteja atento ao viajar.
A reter
O custo real de um cartão de crédito vai muito além da anuidade. Deve considerar também:
- Os juros, se usar a linha de crédito,
- As comissões de levantamento,
- As taxas de conversão de moeda no estrangeiro,
- As condições associadas aos cartões “gratuitos”.
Escolha um cartão adequado ao seu perfil, evite levantamentos com o cartão, reembolse o saldo dentro do prazo e leia sempre as condições gerais antes de assinar.