O crédito revolving – também conhecido como crédito renovável – é um tipo de crédito que lhe dá acesso a uma reserva de dinheiro reutilizável. Está frequentemente associada a um cartão de crédito. Ao contrário de um empréstimo pessoal clássico, oferece-lhe grande liberdade de utilização... que pode rapidamente tornar-se num perigo se não gerir o seu orçamento com disciplina.
Como funciona um crédito revolving?
Um crédito revolving permite-lhe dispor, a qualquer momento, de um montante previamente definido, sem ter de assinar um novo contrato a cada utilização.
Todos os meses recebe um extrato do seu cartão. Pode:
- reembolsar a totalidade do valor em dívida: não paga juros.
- reembolsar apenas uma parte: nesse caso, paga juros sobre o montante em falta.
Existe um montante mínimo de reembolso fixado pelo seu banco, em percentagem do capital utilizado ou um montante fixo. Pode sempre reembolsar mais rapidamente – algo que é fortemente recomendado. O dinheiro reembolsado volta a ficar disponível.
O perigo de “ter sempre dinheiro”
Este tipo de crédito é muito flexível. Por vezes, demasiado. Como não precisa de justificar os seus gastos nem de pedir autorização, é fácil:
- perder o controlo do seu orçamento,
- acumular dívidas dispendiosas sem se aperceber.
A taxa aplicada (TAEG – Taxa Anual Efetiva Global) é geralmente elevada, embora exista um teto legal, revisto trimestralmente. Ao adiar os seus pagamentos, acaba frequentemente por pagar muito mais do que o valor originalmente utilizado, devido aos juros suportados.
O que é um plafond?
Um crédito renovável tem um valor máximo de financiamento associado, designado por plafond. Se for totalmente utilizado, o cartão de crédito não pode ser mais utilizado até haver um pagamento de extrato, total ou parcial. Ou seja, não pode continuar a contrair crédito indefinidamente.
Os montantes que forem pagos, ficarão imediatamente disponíveis para voltarem a ser utilizados, até ao limite de crédito de crédito definido no contrato do cartão.
Crédito revolving = crédito ao consumo
Um crédito revolving enquadra-se na legislação sobre crédito ao consumo, tal como um crédito automóvel ou um crédito para obras. No entanto, neste caso, não precisa de justificar a utilização, como acontece no crédito pessoal sem finalidade específica: pode financiar compras, lazer ou até equipamentos.
Cada abertura de crédito é registada no Banco de Portugal (Central de Responsabilidade de Créditos). Este registo permite aos bancos avaliar a sua situação antes de lhe concederem novos créditos.
Dica útil: pode consultar o que o BdP, em termos de crédito, tem registado em seu nome. Visite o site do Banco de Portugal e procure “Central de Responsabilidades de Crédito”:
https://www.bportugal.pt/area-cidadao/formulario/227
A reter
O crédito revolving pode parecer prático... mas acarreta riscos importantes:
- Dá uma falsa sensação de liberdade financeira.
- As taxas de juro são elevadas.
- Pode levar a um endividamento crónico difícil de ultrapassar.
Antes de recorrer a este tipo de crédito, coloque-se as perguntas certas. Tem alternativas? Consegue planear a sua despesa ou constituir uma poupança de emergência?