
A sustentabilidade passa pela saúde mental. No Dia Nacional da Sustentabilidade uma influencer, um marketeer, uma psiquiatra e uma responsável de topo de uma cadeia de lojas apresentaram as suas perspetivas sobre o consumo.
O consumo, mais especificamente o sobreconsumo foi um dos temas debatidos durante a conferência “Visões do Futuro”, organizada pela DECO PROTeste, para comemorar a primeira edição do Dia Nacional da Sustentabilidade.
As pessoas também são recursos e "também se querem sustentáveis"
A psiquiatra Maria Moreno aprofundou o tema e colocou a pessoa no centro da sustentabilidade: “Quando se fala de sustentabilidade fala-se de recursos, e as pessoas são também elas recursos.” Hoje, “pode haver pressão em exagero sobre a pessoa” no mercado de trabalho.
As empresas devem “preocupar-se com o sobreconsumo de pessoas”, evitando custos efetivos e desnecessários com absentismo ou cuidados de saúde. “Temos de considerar a saúde mental. Fala-se em sustentabilidade e pensa-se em verde, floresta, ambiente, mas os pilares da sustentabilidade são três, e o social diz respeito às pessoas.”
Maria Moreno acredita que “a sociedade nunca será sustentável se se sobrecarregarem as pessoas. Enquanto não cuidarmos da pessoa, não cuidamos da economia e não temos um ambiente sustentável”.
Ser sustentável "está a tornar-se cool"
O marketing tem uma importância enorme no caminho rumo a um futuro sustentável, disse Duarte Roquette, marketeer. O criativo referiu que comunicar sustentabilidade “pede imensa coragem”, pois muitas vezes a mensagem a passar é comprar menos, quando o objetivo das marcas é vender mais. Mas é algo que está a tornar-se menos difícil, “porque ser sustentável é cada vez mais cool”.
Hoje assiste-se à utilização de materiais mais duradouros, a um incentivo ao consumo mais responsável”, mas as coisas não acontecem de um dia para o outro. Agora, “ser irresponsável não está na moda”.
Relações de confiança rumo à sustentabilidade
Embora o seu objetivo seja vender, Susana Santos, do El Corte Inglés, quer fazê-lo com responsabilidade e sustentabilidade. “Somos fiéis à nossa visão: continuamos com as famílias ao longo de várias gerações. Somos credíveis”, “queremos que se consuma bom” e “propomos produtos e serviços feitos com matérias-primas sustentáveis, incluindo materiais reciclados”.
Susana Santos referiu que o comércio credível, que desperta a confiança das pessoas, “dá ferramentas às pessoas para que possam fazer as suas compras com inteligência”.
"Despertar consciências" dos mais jovens para a sustentabilidade
A influencer Catarina Gouveia quer “despertar consciências e promover o consumo mais responsável junto dos públicos mais jovens”. A jovem lançou recentemente a sua própria linha de roupa – vestidos de linho elegantes, versáteis, de qualidade e sustentáveis.
Estes vestidos “podem ser utilizados nas mais diferentes ocasiões, formais e informais, e podem durar vários anos”, contrariando a tendência dos jovens de comprar roupa de fraca qualidade.
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