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Habitação sustentável: construção passiva aumenta eficiência energética

Em casa
Visões do Futuro 2024
Victor Machado

Cada pormenor conta na hora de construir uma casa sustentável. Materiais, localização e até os comportamentos dos utilizadores podem ser determinantes no consumo energético da habitação.

Em Portugal, “99,9% das janelas estão mal instaladas, promovendo o desperdício”, denuncia João Marcelino, presidente da Associação Passivhaus, para quem esse é um dos fatores que mais contribui para que a maioria das pessoas não consiga aquecer convenientemente as suas casas.

Num painel dedicado precisamente à sustentabilidade das habitações, durante a conferência Visões do Futuro, João Marcelino explica como a arquitetura passiva permite reduzir o consumo de energia. “Temos de ter cuidado com a pele do edifício, utilizar a espessura ideal de isolamento, escolher janelas adequadas, que devem ser devidamente instaladas, e apostar em sistemas de ventilação”, detalha o presidente da Passivhaus.

Com a procura de painéis solares fotovoltaicos a aumentar, as preocupações voltam-se para o financiamento, que constitui, para muitas famílias, a única porta de acesso a um investimento tão avultado. “Não há procura para financiamento direto”, reconhece Isabel Guimarães, head of Sustainabilty na Credibom, que confirma a preferência dos consumidores por intermediários de crédito.

“Para este tipo de investimento, é necessário saber fazer um planeamento financeiro ao longo do tempo”, destaca ainda Isabel Guimarães. Por essa razão, a responsável da Credibom sugere que os consumidores fortaleçam previamente a sua literacia financeira, antes de avançarem com um investimento em painéis solares.

IKEA quer mais materiais renováveis

Na IKEA, já se contam os anos para dar um novo passo rumo à sustentabilidade. Maria João Franco, communication operations manager da cadeia sueca de mobiliário, recorda o pioneirismo da marca na venda de lâmpadas Led e a aposta em madeiras certificadas para anunciar que está a caminhar para a utilização exclusiva de “materiais renováveis ou recicláveis", procurando antecipar as metas do Programa Ação Climática e Sustentabilidade, para 2030. “Faltam apenas seis anos”, lembra Maria João Franco.

De olhos igualmente postos nas metas legislativas de emissões nulas, em 2030, estava Samuel Dias. Coube ao arquiteto explicar que uma arquitetura sustentável, bioclimática e passiva, que evita o consumo excessivo de energia, deve ser orientada a Sul, incluir vegetação e integrar materiais duráveis.

Comportamentos em férias são mais gastadores

E quando a casa não é nossa? Gonçalo Rebelo de Almeida, consultor em turismo e hotelaria, não tem dúvidas de que há tendência para consumir mais. É o que acontece em períodos de férias, exemplifica. As pessoas “deixam luzes acesas, gastam mais água do que gastariam em casa, saem e deixam o ar condicionado do quarto ligado, e ainda desperdiçam na restauração”, resume o consultor.

Do lado empresarial, tem havido um esforço para tornar os empreendimentos hoteleiros mais sustentáveis, garante Gonçalo Rebelo de Almeida. “Mudamos menos vezes as toalhas e os lençóis, substituímos os frasquinhos por dispensadores e até trocámos as banheiras por bases de duche para evitar gasto de água com banhos de imersão”, detalha o consultor.

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