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Fotovoltaico: como dimensionar bem o sistema?

Em casa
Homem com portátil junto a painéis fotovoltaicos
iStock

Para que o sistema fotovoltaico seja rentável e permita reduzir a fatura da eletricidade, tem de ser corretamente dimensionado. Para tal, há que ter em conta o consumo de eletricidade da habitação, mas também o horário em que ocorre.

Investir em muitos painéis não significa uma poupança maior. De facto, se forem instalados mais painéis do que o necessário, a energia excedente será injetada na rede, gratuitamente ou, caso seja vendida, a um preço bastante inferior ao da energia que é comprada. Assim, o prazo de retorno do investimento será mais longo, sendo que o ideal é não ultrapassar os dez anos. Se o sistema for bem dimensionado, a quase totalidade da eletricidade produzida é consumida em casa.

Como os sistemas fotovoltaicos só produzem energia durante as horas de sol, é fundamental perceber quando e qual o consumo de eletricidade ao longo do dia. Para tal, tenha em conta os consumos entre as 10h00 e as 16h00: altura em que o sistema tem melhor rendimento. No balcão digital da E-REDES, pode consultar os dados de consumo da casa em intervalos de 15 minutos, para todos os dias do ano: basta registar-se. Em alternativa, o simulador da DECO PROteste pode dar-lhe uma ajuda.

Quantos painéis solares precisa em sua casa

Um simulador que ajuda na decisão

Para facilitar a decisão dos consumidores, a DECO PROteste desenvolveu um simulador que aconselha sobre o número de painéis a adquirir. Permite ainda comparar propostas, assinalando as mais vantajosas e alertando para possíveis casos de sobredimensionamento do sistema.

Para aconselhar o consumidor da melhor forma possível, são tidos em conta os dados do consumo elétrico da casa, assim como o tipo de habitação, a região onde fica, o perfil de consumo de eletricidade, a permanência na habitação, a posse de veículo elétrico e a regularidade do respetivo carregamento. Se o consumidor quiser ser ainda mais específico, pode indicar o consumo real da casa e o custo do kWh que paga pela eletricidade. Cruzadas as informações, obtém-se a simulação com o número de painéis aconselhável, o investimento e a poupança indicativos e o período de retorno (número de anos que leva a recuperar o investimento). A poupança é calculada a partir da quantidade de energia que é produzida pelo sistema e que se evita consumir da rede elétrica.

Para se perceber melhor a utilização do simulador e a interpretação dos resultados obtidos, foram considerados três cenários com casas, agregados e consumos diferentes. Para as simulações, considerou-se um custo médio de kWh de 0,20 euros.

Cenário 1

Apartamento T1, localizado na região norte do País, onde vive um casal jovem que trabalha fora de casa.

Avaliação:

  • investimento elevado em relação ao benefício (poupança anual inferior a 90 euros);

  • poupança mensal de cerca de 7 euros;

  • prazo de retorno muito longo, de cerca de 13 anos;

  • como o período de retorno do investimento ultrapassa os dez anos, a DECO PROteste não aconselha o investimento no sistema fotovoltaico.

Cenário 2

Moradia geminada T3, localizada na região centro do País, habitada por um casal, com um filho, que trabalha em regime híbrido.

Avaliação:

  • produção ajustada às necessidades e que já permite uma poupança significativa;

  • poupança na fatura mensal pode ascender a 25 euros;

  • prazo de retorno ajustado (entre os cinco anos e meio e os seis anos e meio);

  • neste cenário, compensa instalar o sistema fotovoltaico, pois as poupanças permitem recuperar o investimento num período máximo de seis anos e meio.

Cenário 3

Moradia isolada T4, localizada na região sul do País, onde vive um casal em regime de trabalho remoto e com dois filhos.

Avaliação:

  • produção ajustada às necessidades e que permite poupança muito significativa;

  • poupança na fatura mensal pode ascender aos 70 euros (cerca de 50% do consumo mensal de eletricidade);

  • prazo de retorno de cerca de três anos;

  • instalação muito vantajosa, pois trata-se de um investimento que vai gerar poupanças muito significativas.

A importância da instalação

Para o sistema fotovoltaico ser eficiente, é importante a instalação ser a correta. Por exemplo, a orientação ideal para os painéis é a sul, com uma inclinação entre 10 e 35 graus, pois, diferente destes valores, o rendimento do sistema pode reduzir-se bastante. Contudo, nem todas as habitações possuem telhados com estas características. Quando a instalação é feita em coberturas orientadas a este ou oeste, por exemplo, a produção será ligeiramente inferior, podendo ser necessário instalar mais painéis ou optar por modelos com maior eficiência.

Outro fator importante é a existência de sombreamentos — árvores, chaminés ou edifícios próximos — que podem comprometer o desempenho do sistema. A instalação deve ser planeada de forma a garantir exposição solar direta durante todo o dia. Quando a utilização do telhado não é viável, os painéis podem ser instalados no solo, desde que seja possível e não afete o uso do espaço exterior. Para se ter a certeza de que a casa tem condições para receber o sistema, a análise de um instalador é fundamental.

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