
Antonieta Duarte, especialista da DECO PROteste em sustentabilidade, sublinha a importância de separar os restos de alimentos (biorresíduos), que podem ser reciclados e valorizados como composto para a agricultura. Obrigatória desde 1 de janeiro de 2024, a recolha seletiva de biorresíduos está a chegar a cada vez mais municípios.
Preservar o planeta é um objetivo que nos deve mover rumo a um futuro sustentável para todos. Até lá, contam as opções e as pequenas ações do dia-a-dia – e, por vezes, nem temos a noção do contributo positivo ou negativo que envolvem.
Em maio de 2024, Portugal excedeu o limite anual do consumo de recursos até ao qual a Terra mantém a sua capacidade de regeneração. Por outras palavras, consumimos mais do que aquilo que o planeta nos consegue dar. Opções? Reduzir a compra desenfreada, reutilizar, trocar, doar ou vender em segunda mão os objetos de que já não necessitamos, para beneficiar quem deles pode fazer bom uso, são ações que evitam o consumo de mais recursos. E reciclar! Em 2023, os portugueses produziram 5,34 milhões de toneladas de resíduos. Contas feitas, cada um de nós produziu mais de meia tonelada nesse ano. Os números mostram que reciclar é incontornável – e a gestão inteligente dos resíduos é da responsabilidade de todos nós. Em cada habitação, cerca de 40% dos resíduos são restos de alimentos, que, normalmente, vão para o lixo comum. Desafio: transformar estes resíduos em composto e contribuir para a sua valorização. Será possível? A resposta é: sim.
Em 2023 e 2024, a DECO PROteste contactou as entidades responsáveis pela recolha de biorresíduos, de modo a conhecer, concelho a concelho, as opções disponíveis para a deposição dos biorresíduos e aqueles que podiam ser reciclados (por exemplo, cascas de batatas, fruta ou ovos, e restos de alimentos cozinhados ou vegetais).
A recolha seletiva de biorresíduos, obrigatória desde 1 de janeiro de 2024, está a chegar a cada vez mais municípios. Juntamente com as iniciativas de compostagem, pode ser consultada no mapa interativo desenvolvido pela DECO PROteste. Se faltarem opções no seu município, questione a entidade responsável pela gestão. O contacto deve vir na fatura mensal.
As entidades responsáveis pela recolha de biorresíduos que colaboram na atualização deste mapa são consensuais: o sucesso passa pelo esclarecimento dos cidadãos, um papel que a DECO PROteste tem desempenhado ativamente. Os biorresíduos que seguem para as centrais de tratamento são valorizados como composto, e voltam a enriquecer de nutrientes a terra que dele precisa. Quanto menos "lixo" indiferenciado produzirmos, e mais biorresíduos separarmos para valorização, menor será o impacto para o ambiente – e menores serão os custos de longo prazo para as comunidades.
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